terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Mourisca

Olhavam-se  no fundo dos olhos
O terror chamava-se mourisca
uma vitela amarelada e atrevida
com quem a minha amiga de 6 anos
 media forças com a vida

Era de aguilhada em punho
que respondia a perseguições desatinadas
por caminhos e cerrados
a pequenita assustada
 passou a ser mourisca também

Trazia na alma o desejo de voar
caldeado ao colo da mãe
terras de mouros eram o seu sonho
e o desejo fez-se cor e vida
quando se abriram os braços do pai

Hoje a aguilhada é o bico da caneta
que verte a intensidade das emoções
É o pincel que tranforma lágrimas em tons
e  solta a rebeldia,  a força e a doçura
de mourisca do planalto

Teresa Almeida 20-08-2011

7 comentários:

  1. Lindo!
    De mourisca menina
    se fez moça, mulher...
    De boeira, trilhadeira
    lavadeira, cozinheira
    cresceu ela trigueira
    o que lhe deixaram crescer...

    Partiu
    planando
    sobre oceanos, savanas
    mourisca...

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  2. Esta história cruza os caminhos do planalto mirandês, as savanas de África, escolas, artes...
    Esta mourisca voa alto!

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  3. E com asas de condor,
    terá com certeza a arte,
    para levar bem alto
    a força e a doçura
    de mourisca de planalto.

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  4. Olá, já comentei num grupo, mas já não me lembro do que escrevi...
    Há um percurso, um desejo e a concretização. Belas imagens!
    Bjuzz, amiga :)

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  5. Olá Teresa! Só com asas de condor se consegue voar assim!
    Beijinhos amiga.

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  6. Um percurso duro para esta mourisca que consegue subir muito alto sem perder o châo.
    Bjuzz Odete.

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  7. La Mourisca mulhier stá ancantada cun este poema i estes quementários...

    Beisicos,

    Delaide

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