domingo, 6 de outubro de 2013


Fascínio
 
 
Não sei se o fascínio vem do brilho dos solitários

com coloridas folhas de parreira

se da beleza translúcida da jarra verde

comprada para o casamento da avó

se da travessa esmeralda, enfeitada

com uvas de rei da vinha da faceira.

 

Ou será apenas e só um poema

que vive na sala um enredo outonal

filtrado à hora mágica do sol pôr

ou a saudade esgueirada dum olhar amigo

o valor da pena esvoaçante de ave

pintada num elegante vaso antigo?
 

Teresa Almeida

4 comentários:

  1. Olá Teresa,

    Para mim, a tua poesia tem sempre um fascínio, encanto

    que toca profundamente...

    Beijinhos.

    PS: Estava saudosa de ler-te, amiga!

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  2. O fascínio existe e nos vêm de coisas tantas. Porém, do porque de vir e de sê-lo, como sabê-lo?

    Aqui, Teresa, nos deste uma variedade de coisas que nos fascinam, e eu concordo com tantas delas. Porém, a essas, adiciono eu mais uma: este teu texto. Fascinante!

    Saudade de tuas letras, minha amiga. Um bom domingo, beijinhos.

    André

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  3. Um belo poema saudosista. Deixo meu beijo e um convite para visitares o meu post A BUSCA DO NIRVANA.

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  4. Acho que já li este poema noutro espaço, contudo gosto de vir ao blogue...
    Partilho este sentir fascinante que pode advir do encantamento de que alguns objetos são portadores pela histórias que (n)os envolve ou de gestos/atitudes que fazem parte do nosso eu. Em todo o caso, se não fosse a tua sensibilidade poética, não surgia este belo e singular poema.
    (Para mim o saudosismo de algo é sempre uma marca que me faz - ou fez - gente...)

    Bjuzz, amiga :)

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