terça-feira, 3 de junho de 2014

Madressilva

Sou íntimo peregrino de emoções selvagens
enredo de madressilva, sedução bravia e verdadeira.

 Rodeiam-me sonhos que tropeçam nos caminhos,
 olhares sozinhos que vertem rios de esperanças
 e rebuscam mares, marés jovens, vida plena.

Sentidas gargalhadas, sangue a
pulsar, encostas de arribas.
Gritos de aves a céu aberto, futuro incerto
a desenhar-se na pele chamuscada de árvores nuas.
Nesta peregrinação existo e nada
se esvai que mereça ser dito.

De além do rio evoluem cenários
multicores, abraços que se atrevem

e há um filme ensaiado algures, no infinito,
intocável!

Se me vires com uma invejável madressilva
no decote

saberás que é todo o meu dote, meu
grito, meu verso de perfume silvestre.


Teresa Almeida