sábado, 13 de setembro de 2014

O Ocaso da vida



Há um entrançado divinal a ladear-te o caminho,
os tons esbatem-se na neblina e tu
deslizas num mundo que se vai diluindo...
e as tranças do cabelo embranquecendo.
Sentes que a vida se vai perdendo
à medida que os passos descem a ponte
em comunhão e intimidade construída.
Os candeeiros esguios são esculturas,
luz que findou nos cofres da luxúria.



Desces com elegância e entardeces de bem contigo.
Pareces ter um destino escrito nas vestes escuras,
um mistério cravado nas pedras da calçada.
Olhas mas já não queres ver nem sentir.
A luz magoada da tarde realça a lonjura
e o movimento de desafio ao infortúnio.
Nos contornos esbeltos do teu corpo
escapa-se um jeito dolente que arrefece quem te vê.
Pareces indiferente em descontraída atitude.
Voltas as costas como quem cede a fatal destino,
sentes na pele o sol a arder no ocaso da vida.
Teresa Almeida


7 comentários:

  1. Hoje (13.09,2014) às 21h, no Diana Bar - Póvoa do Varzim

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  2. Estou alegre por encontrar blogs como o seu, ao ler algumas coisas,
    reparei que tem aqui um bom blog, feito com carinho.Posso dizer que gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns, decerto que virei aqui mais vezes.
    Sou António Batalha.
    Que lhe deseja muitas felicidade e saúde em toda a sua casa.
    PS.Se desejar visite O Peregrino E Servo, e se o desejar siga, mas só se gostar, eu vou retribuir seguindo também o seu.

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  3. A Vida tem seu ocaso,
    Como o tempo deixa ver.
    Se as núvens, no seu acaso,
    Tapam o sol a morrer,
    Surge uma noite a nascer
    E, nos sonhos, extravaso
    Tudo quanto há-de ser.


    Beijos


    SOL

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  4. Muito belo, poético e com uma enorme transmissão de simultânea paz...

    :)

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  5. Quase uma homenagem ao "Ocaso da vida" no que ela teve e tem de belo. Emotivo, ternurento e escrito como se de um apaziguamento se tratasse, como se o sujeito poético se preparasse para a inevitabilidade do efémero... Toca o meu sentir!
    Bjuzz, querida amiga :)

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  6. O ocaso tem tanto de belo como de nostálgico.
    Algo que percorreu a luz para se retirar na sombra. Mas há ocasos que lavam os olhos com a beleza do imaginário deitado em poentes que fazem sorrir a alma!
    E a tua poesia foi assim: linda!
    Beijinhos Teresa!

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