… e o
copo estava ali…
para
trás as castanhas, a brasa,
o
licor a repousar na adega
a
data, a hora, a etiqueta, a amora silvestre
…
até a
laranja do pomar se remeteu
ao
silêncio do inverno nas arribas.
Como
disseste em verso etílico e breve :
deixa o açúcar
e
percebe como arde um cálice de aguardente!
É
verdade. Basta um trago
para
silenciar a estridência das castanhas
e
saborear as linhas de
um
poema secreto.
E o
copo é o corpo e a vida a passar
e o
sabor vai tão depressa
que o
corpo e a alma se deixam
plasmar
de plenitude.
A
beleza do copo é sentimental,
a antiguidade
do balcão e a garrafa do canto
têm igual
valor
e há palavras
que me vestiste
que se
recusam a envelhecer.
Teresa Subtil