quinta-feira, 28 de junho de 2018

Infinito detalhe


O universo é película de espelho verde
Olhar flutuante de menina
Asa de borboleta. Infinito detalhe.

É rosa que se pronuncia
E vagabundeia a atmosfera do lugar.

É aroma que, ao meio,
Se aprofunda.
É pétala que o verso acende
E no poema sucumbe.

“Gosto de rosas epistolares”
E de saias aos folhos, despidas uma a uma.


Teresa Almeida Subtil




segunda-feira, 18 de junho de 2018

Reino de utopia


Seria o coaxar das rãs ao sol-pôr
A oblíqua cruz desenhada no terreno
Despido. Ou o cheiro a feno?

As pétalas disputavam
O brilho do poeta e a aura do pintor
E o charco absorvia o deleite de fim de tarde.

E havia um poema a macerar a cerejeira.
 E a disputa, a arte, o acaso do jogo
E a excitação. O brinde, a celebração.

Ao fino néctar degustado
Vibrava o verde das copas
E os translúcidos corpos evaporados

As rãs entoaram uma nota  acima
E o breu abriu os portões da despedida.

E o que nos seduziu?
Terá sido este reino de utopia
Que o coração do planalto ofereceu?

Teresa Almeida Subtil 



sexta-feira, 1 de junho de 2018

Talbeç l pingacho le pinte / Talvez "l pingacho" lhe pinte



                                                          Talbeç l pingacho le pinte

La fin de maio ye ua ala çpindurada
Un poema ameroso screbido nua faia
Ye l sonido i la chama
Ye dar l pie nua moda de siempre.

Talbeç l pingacho le pinte

La fin de maio inda nun se percebe
Ye paixarico amboubecido
 na raia
Inda trai las einaugas a beilar
Las ligas berdes a relhuzir
I las letras tristes por resgar.


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Talvez "l pingacho"  lhe  pinte

O fim de Maio é uma asa pendurada
Um poema amoroso escrito numa fraga
É som e chama
É dar ao pé uma moda de sempre

Talvez "o pingacho" lhe pinte

O fim de Maio ainda não se percebe
É passaro enlouquecido na raia
Traz folhos a bailar
Ligas verdes a brilhar
E letras tristes por rasgar.

Teresa Almeida Subtil