quarta-feira, 25 de abril de 2018


Liberdade

Diz-se Abril como canto, como verso
Como vento que perpassa
Ou cravo de inspiração
Que se abre na praça.

E esta flor de laranjeira e a romã do paraíso
Olhar inteiro que comungo
Contigo. 

Diz-se Abril redenção
E mundo. Travo de mágoa, pauta incerta
Caudal que arrebata e estremece.

Diz-se Abril liberdade
Erva do caminho que se levanta
E floresce.

Teresa Almeida Subtil

sábado, 21 de abril de 2018

Vem, meu amor!




Viajar é ler da forma mais palpável,
com a intensidade dos sentimentos
 a arrepiar a pele,
com os sabores, os cheiros
e as cores na sua verdadeira ilusão.
Eu viajo-te em cada dia,
meu rio de perdição.
Sinto o percurso das tuas mãos.
Só elas conhecem o caminho
onde o calor é mais intenso.
Só elas sabem o sabor dos frutos maduros
e a hora certa de os colher.
Qualquer dia, qualquer hora, vem!
Quando as estrelas brilharem
para os lados do poente,
vem, meu amor!
Quando a enchente transformar
as margens em violinos
e a minha voz for apenas um acorde 
quando a nossa hora se fizer,
Vem, meu amor!
Vem, meu amor!

Teresa Almeida Subtil



sábado, 7 de abril de 2018

Meu planalto




O planalto é um olhar quase reto,
cruzado no apeadeiro da estação.
É um comboio lento,
ausente no trilho, veloz na imaginação.
Vagões de incertezas..
Cardos no caminho.

O planalto é um trotear de cavalos no meu peito.
Verdes prados. Brisa sussurrante...
É este jeito de asa a esvoaçar
olhar inflamado, arribas de audácia
e picões de medo.

É o som suave do teu passo
a descer o degrau do tempo,
comboio lento
onde geme o sinal de partida.

Teresa Almeida Subtil