quarta-feira, 9 de março de 2022

Sou mulher!

A escalada é íngreme e não sei onde vou

Levo os filhos pela mão

São todos meus. Os que saltam o espanto

E os que ficam.

E os que gritam.

Por ti, por nós, meu coração é fogo

O fogo que atearam.

E prossigo na aflição que não sossego.

Logo, logo teremos tudo,

Digo enquanto mordo as palavras

E engulo as lágrimas.

Não deixei nada, sou empurrada

Não sei onde vou

E a destruição é o mundo que abandono

Só conheço a dor que aperto

Sou uma qualquer que foge

Não sei onde estou, não sei onde vou.

Sou ucraniana.

Sou mulher!

 

Teresa Almeida Subtil
08/o3/2022





LIBERDADE