domingo, 21 de fevereiro de 2021

Leva-me ao rio!

 



Em campos alagados canta o rio

Riacho que seja

E como é alegre e vivo o seu leito

E o jeito de amar

A pedra que o sobressalta

E o faz cachoeira.


E nós seguimos a rodeira da vida

De pés molhadas e alma florida

E lado a lado

Cada passo é um louvor.


Leva-me ao rio, meu amor! 


Teresa Almeida Subtil




sábado, 13 de fevereiro de 2021

A garra e a ternura

  

É o empenho e o valor da vida

Que te levanta o ânimo

E te motiva.

É arte e missão da tua escolha.

 

Querias vencer, foste à frente

Deste luta

Foste chama e coragem

E quase cortavas a meta.

 

Mas o inimigo atraiçoa, sem hora de chegada

E tu arregaças as mangas

Vaga-lume do mistério

E entre tensão e desvelo

Andas que desandas.

 

Entristeces

Entristeço-me

Temos fome desbragada de beijos e abraços

E ainda que dispersos, suspensos

Nos braços da loucura e da guerra

Pressinto-te a garra

E a ternura.


Teresa Almeida Subtil

 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Enviei-te flores do campo


Enviei-te flores do campo

Da frescura da minha terra

Sente a vida à tua espera

Sem dor e sem clausura

Foge poeta

E em cada fuga

Segura a aurora e teu mirar

De horizonte.

 

Volta ao mar, ao rio e à fonte.

Segue o fio da inspiração.

E ainda que sofrido e magoado, volta!

Volta e colhe serenidade

Entre a agitação.

 

Volta ao ninho

E à ousadia do caminho.

Convoca as estrelas.

E do universo a harmonia.

 

É tempo de pandemia aguda.

E de espanto em espanto

Enviei-te flores do campo

Agrestes e miúdas.

 

Ainda que fustigadas ao vento e à chuva

Crescem e resplandecem

Em mãos de ternura.

 

Teresa Almeida Subtil