sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

DIE DE LA LHÉNGUA MAI

Tengo un namoro sabido de to l mundo




I adonde bou cháman-me mirandesa
Por bias de las palabras amerosas que digo
Nos cafés, nos seranos i nos tablados de bersos.

Las palabras fáien paixon
An quien la scuita i l’ agarra l’alma
L’alma de la fala de l praino
Que nace nun riu que you sei
I chube las arribas i agarra l cheiro
De tomilhos, chougarços, urzes
I quantas mais!

Ten lhuç d’oulibeira i gusto de laranjeira
Bola i strebola nas alas de ls páixaros
I até las gabiotas gústan de la cantar.

L Douro i ls poetas fazírun-la mar
I por tanto l’amar sigo adelantre
I sei q’ eilha me quier tamien.
Cumo pítula anxertada cun bigor.

I nesta arble scribo las palabras
Miu baile, miu canto, miu sentir
Eidentidade quiero dezir.

Tengo un namoro sabido de to l mundo
 I quanto cun mais proua l’amostro
Mais fondo scabo l amor.


Teresa Almeida Subtil



Tenho um namoro sabido de todo o mundo
E onde vou chamam-me mirandesa
Pelas palavras “amerosas” que digo
Nos cafés, nos serões e nas tertúlias poéticas.

As palavras provocam paixão
A quem as ouve e lhes agarra a alma
A alma da fala do planalto
Que nasce num rio que eu sei
E escala as arribas e sente o perfume
De tomilhos, arçãs, urzes
E quantas mais!

Tem luz de oliveira e sabor de laranjeira
Voa nas asas dos pássaros
E até as gaivotas gostam de a cantar

O Douro e os poetas fizeram-na mar
E por tanto amar prossigo
E sei que ela me quer também
Como puia enxertada com vigor

E nesta árvore escrevo as palavras
Meu vale, meu canto, meu sentir
Identidade quero dizer

Tenho um namoro sabido de todo o mundo
E quanto com mais proa o mostro
Mais fundo escavo o amor


 Teresa Almeida Subtil


sábado, 15 de fevereiro de 2020

Associaçon de Lhéngua i Cultura Mirandesa
Purparando l die de la Lhéngua Mai.
Atentos ...

Raiana

Porque és meu, 
Mergulho, em jeito de raiana, e abraço-te
em todas as latitudes. Descubro as línguas
que te adulam, e te emolduram
na filigrana mais requintada.
Balanço-me nas palavras que te envaidecem
e nas margens que reverdecem
de esgares emoções. Sinto-me amada.
Ultrapasso-me e deixo a modéstia e o consensual
para te ser desregrada, palavra carnal.
Não sei se és leito, ventre, foz, partida ou chegada.
Em ti sou estrada, caminho balançado. Balançado sempre.
O mais belo bailado, a melodia que me embriaga.
Sem ti não sou nada. Porque és meu
desde que me conheço e te beijo
que sonho dizer-te
mais do que alguém te confessou.
A minha grandeza só é tamanha
porque és meu -  Douro lindo!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Ye segredo



É segredo

ser cachoeira, espírito independente e livre
sorver das águas o brilho e a sedução,
tocar o equilíbrio e a confiança
dos penedos ásperos e austeros´
ameias do templo, esteios do berço,
e agarrar dos céus o voo
suavidade e melodia do tempo
em mim.

Teresa Almeida Subtil


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LIBERDADE