Despudor
Toco-te, delicada, quase com ternura.
Olho a elegância arroxeada
e os matizes agradam-me.
Toco uma e outra vez … avanço e …
continuo a cobiçar-te …
É à toa que te folheio, e irrompo desastrada.
O último verso é mesmo o primeiro.
E percorro o poema sorvendo cada detalhe
que te é pele, que te é cheiro, despudor,
oblíqua miragem.
E se me quiser afogar de claridade,
preciso de me tornar íntima aragem
e ser do prado o teu olhar.
Sien bergonha
Topo-te, suable, quaije cun ternura.
Miro la simprecidade a dar al roixo
i l rostro agrada-me.
Topo ua i outra beç … arremeto i …
cuntino a cobiçar-te …
Ye a búltio que te leio, i bolo alborotada.
L redadeiro berso ye mesmo l purmeiro.
I cuorro l poema buendo cada cachico
que te ye piel, que te ye oulor, sien bergonha,
retrocida eimaige.
I se me quejir afogar de claridade,
perciso de me tornar íntema araige
i ser de l balhe l tou mirar.
Teresa Almeida Subtil
Lido no Congresso meu poema da Antologia de Autores Transmontanos
Durienses e da Beira Transmontana.
Durienses e da Beira Transmontana.