não sei de palavras que toquem este fogo
um toque ao de leve em jeito de conversa
e um arrepio a percorrer o corpo todo
talvez o olhar se quisesse já cruzado
num diálogo quase incerto, impossível
sonho breve num desejo acordado
poema louco, verso intenso e irreprimível
sem disfarces num abraço abandonado
seguiram os lábios o apelo mudo e cego
e as mãos uma viagem desconhecida
O peito levantou-se firme e eriçado
amando a noite e o desassossego
e esta febre entre estrelas renascida
Teresa Almeida