Esta foi a noite de todos os azuis,
pingas copiosas, labaredas e céus.
Arrasto de cinzas. Beijos à janela.
E esta mistura prazer-dor.
não é insanidade, é arrepio inevitável,
afago e fome.
Dizem as hortênsias
do tempo a suavidade, do verso o perfume,
da casa a graça, o olhar e a luz.
Do muro a liberdade.
E do desejo de águas novas
que perpassa por elas e por nós,
há, ainda, beijos que se apagam
e janelas que ardem.
Teresa Almeida Subtil