segunda-feira, 17 de junho de 2019

Frémito de ave




Amo a talha, o lagar, a candeia de azeite
E o lampião.
Amo o verde-mar a pique
Da natureza o deleite
E um fio d'ouro a entranhar-se
Num cibo de pão.

Amo a noite e tua saia
Negra de viúva.
E beijo-a como se fora
Manto e aurora
Cor azeitona
Madura uva.

Amo a oliveira
A luz e o chão

Palavra que incendeia
E o frémito de ave
Que perpassa
A tua mão.


Teresa Almeida Subtil


(Foto do Museu do azeite, em Mirandela)