Al ritmo de las gaitas de fuolhes, tambores i repasseados
ampeça la caminada: béilan cumo dengues.
Nun sei se ye pul ancanto de las arribas
que l'alegrie se zata i la lhéngua mirandesa
ten, por ende, tanta lhibardade i sonido.
L tiempo bieno d´aperpósito, abriu un scampado,
por bias de las deboçones a S. Juan de las Arribas.
Ua talanqueira an Bal D´Aila serbiu pa l matabicho.
Apuis, cumo an piedras resbalinas,
parecie que rebolábamos a caras al Douro
tranquilo i apertadico, bien ne l fondo de ls canhones.
Até las fragas quédan dóndias cun las quelores de maio.
Lhembran-se-me las guapas mantas de lhana d´oubeilha
que, cun arte, las tecedeiras amánhan ne ls sous telares.
Puls caminos lhúzen las scobas, tamien, beilarinas;
de maio, las reinas. Parécen cumbencidas
de que spántan ls males i l´anfierno de la bida.
BAILARINAS
Ao ritmo de gaitas de foles, tambores e repasseados
começa a caminhada: bailam com dengues.
Não sei se é pelo encanto das arribas
que se solta a alegria e a língua mirandesa
se torna, ali, tão livre e musical!
O tempo veio a preceito,
era festa de S. João das Arribas.
Uma talanqueira em Vale de Águia serviu para o mata-bicho.
Depois, como em pedras escorregadias,
parecia que rebolávamos em direcção ao Douro
tranquilo e apertado, bem no fundo dos picões.
Até as fragas ficam macias com as cores de maio.
Lembram as belas mantas de lã de ovelha
que, com arte, as tecedeiras fazem nos seus teares.
Pelos caminhos brilham as giestas, também, bailarinas;
de maio, as rainhas. Parecem convencidas
de que espantam os males e o inferno da vida.
Teresa Almeida
muito belos o poema e a foto. mais uma palavra que aprendi com a avó Camila, "dengue"... resquícios do tempo em que se falou mirandês em Lagoaça?
ResponderEliminarabraço
lurdes
Vem-me à ideia a frase "olha daquilo, é o dengue da moda!". A tua avó Camila dá-nos uma boa ajuda. Quem teve uma avó Adília, sabe do que falas.
ResponderEliminarTambém esta "beilam cumo dengues", ouvi-a neste passeio ao S. João das arribas: recolhi-a, é claro.
A propósito, um amigo, mirandês, escreveu que estas minhas palavras tinham cherume.
Também nos lembramos bem da palavra cherume; é bem lagoaceira!
Querida amiga Lurdes, como vês, é muito gratificante encontrar-te aqui!
Abraço arrochado.
Saltaram agora mesmo estas: arrochar e arroche. :)
Consegui perceber quase tudo da primeira versão. Já percebi que é precisa muita atenção às palavras... Ainda vou aprender mirandês...
ResponderEliminarO poema é magnífico. Gostei muito.
Idem para as fotos.
Teresa, querida amiga, tem uma boa semana (ou o que resta dela...).
Beijo.
Quedei cuntentica - entendiste quaije todo.
ResponderEliminarCuido que bai a ser facele daprenderes l mirandés, Nilson.
Sós tan spabilado!
Beisicos
Ficaste contente - entendeste quase tudo.
ResponderEliminarPenso que vai ser fácil de aprenderes o mirandês
Sois tão habilitado? Desenrascado? Despachado?
La última lhinha sta mais difícile...
Beisos cachaporrudos... ou gordos?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarBuonos dies Nilson Barcelli,
ResponderEliminarLa derradeira lhina ye la más guapa. Sós todo esso que dezis.
Assi daprendemos ambos a dous, nun ye tan defícele.
You nun mamei l mirandés; sou ua curgidosa.
Tengo la "Convenção Ortográfica da Língua Mirandesa" i l "Pequeno Vocabulário de Mirandés - Português".
Assi i todo gusto que mius amigos me miren ls erros. :)
Ls beisicos stan todos bien.
Abraço arrochado.
Será o cenário que te faz a poesia ou a poesia colore o cenário?
ResponderEliminarApreciei especificidades que desconhecia...
Parabéns por estas partilhas!
Bjuzz, Teresa amiga :)