Amo a talha, o lagar, a candeia de azeite
E o lampião.
Amo o
verde-mar a pique
Da natureza
o deleite
E um fio
d'ouro a entranhar-se
Num cibo de
pão.
Amo a noite
e tua saia
Negra de
viúva.
E beijo-a
como se fora
Manto e
aurora
Cor azeitona
Madura uva.
Amo a oliveira
A luz e o chão
Palavra que incendeia
E o frémito de ave
A luz e o chão
Palavra que incendeia
E o frémito de ave
Que perpassa
A tua mão.
Teresa Almeida Subtil
(Foto do Museu do azeite, em Mirandela)
Boa tarde Teresa,
ResponderEliminarTão belo o seu poema, em que as suas sublimes palavras poéticas me fizeram regressar à infância onde o tema esteve também muito presente.
Obrigada.
Um beijinho.
Ailime
utensílios (fora de tempo) e lugares que modelam o imaginário da poeta
ResponderEliminare alimentam o sentido último dos seus belíssimos poemas
sem referências culturais fundas, a poesia não será que brilhozinho efémero (mais ou menos sedutor), não é verdade Teresa?
gostei muito, minha amiga.
aplauso.
beijo
Olá, amiga!
ResponderEliminarEste seu poema vive de simplicidades chãs. Gosto. Há palavras a que eu mesma não me consigo esquivar nos meus poemas, tão imperativas se tornam elas, e uma delas é "ave", ou "pássaro". Considero-o uma limitação minha, mas também vivo, na poesia, de coisas simples. Valorizo muito isso e gosto de apreciar o mesmo noutras obras. Este poema é, para mim, simplicidade viva.
Tenho andado ausente e agora vai ser mais assim, porque ando sem inspiração e também não consigo acompanhar as postagens dos blogues todos que sigo. Pelo facto peço desculpa. Mas é com prazer que venho aqui. Também peço desde já desculpa por deixar esta mensagem igual para todos os blogues.
Bjo
Querida Teresa
ResponderEliminarEssas evocações trazem-nos cheiros e sabores dum tempo precioso, infelizmente arredado de alguns de nós. Nos seus versos comprazemo-nos em tomar-lhe o peso e aí nos abandonarmos com a pureza ainda intacta da infância.
Beijos.
Olinda
Teresa Almeida ainda me recordo da candeia de azeite a alumiar a minha casa. Ainda era o tempo da Grande Guerra. De resto o bonito poema retrata muito o meio rural, que me foi muito familiar. Gostei de reviver o passado, se bem que seja hoje, completamente, desenraizado.
ResponderEliminarBjs
O teu imaginário poético faz-me regressar à infância. Tens uma forma mágica de fazer com que os poemas me restituam a inocência. Maravilhoso, Teresa.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Impossível não amar a intensidade que brota das suas palavras, Teresa... que nos toca a alma, e nos faz percorrer o nosso país, de uma forma transversal, através da mais pura emoção... Adorei cada palavra!!! Parabéns!...
ResponderEliminarUm beijinho grande!
Ana
Este teu poema é uma demonstração da arte do bom uso poético de utensílios já não usados, mas que ainda povoam as nossas lembranças.
ResponderEliminarOs meus aplausos para este excelente poema.
Teresa, continuação de boa semana.
Beijo.
Através das suas palavras viajei até aos meus tempos de criança quando ía de férias até à casa dos meus avós.
ResponderEliminarUm poema encantador.
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Votos de um feliz domingo, e continuação de um óptimo mês de Julho... apesar do tempo, continuar tão incerto e atípico, desta época...
ResponderEliminarBeijinho
Ana
Amo o lagar, lagareiro
ResponderEliminarE a oliveira também
Pelo néctar que ela tem
Qual tesouro verdadeiro!
Também amo o candeeiro,
Cuja luz é o grande bem
Quando a noite escura vem
Ao serão tão corriqueiro...
O teu poema, Teresa,
Tem no contexto a nobreza
Do ouro mostrado em fio
Qual filigrana. A beleza
Do tesouro é posta à mesa
Com muita elegância e brio!
Parabéns! Grande abraço! Laerte.