Só podes ser o delírio de um poeta
que em noite de inspiração
deusa te sonhou
e nas asas verdes da tentação
duramente esculpiu
Fez -se ao largo num instante iluminado
e surpreendido em teias de sedução
por artes divinas cativado
harmoniosamente te cinzelou
um olhar fechado, átomo virtual
Em toques de bisel te mediu o encanto
sentindo o pranto estático e real
em sopros de carinho te aclarou
centelhas meteoríticas de esperança
na tua pele abriu
que em ti a poesia primordial
duramente esculpiu
e a poesia, qual Vénus mutilada
explode eternamente sofrida
inacabada
Teresa Almeida
(Escultura de António Afonso)
Querida Amiga
ResponderEliminarUma bela Poesia a sugerir "[...]um sonho fidedigno do artista
que em ti a poesia primordial
duramente esculpiu[...]"
Inacabada? Não! A continuar...
Amei.
Beijos
SOL
A tua sensibilidade poética é muito especial,esculpida pelas palavras,
ResponderEliminarasas da arte e vida...
Lindo!
Beijinho.
um sonho, um delírio que só pode ter sido inventado,
ResponderEliminarpor um sonhador, pela perfeição.
gostei imenso!
beijinho
Um belíssimo poema, tal como a simbologia de Vénus...
ResponderEliminarBjuzz, amiga Teresa :)
Por um dia musa, para sempre poesia...
ResponderEliminarTeu poema é pleno de percepção, minha amiga Teresa, nele foste além da pedra mutilada, atingiste mesmo a intenção do escultor, a estátua virtual.
ResponderEliminarÉ um poema que me toca justamente por tal, por esse olhar do poeta que transcende a forma do visto, e vai no âmago da percepção, no essencial da poesia.
Além de que teu texto comporta ressonâncias e sonoridades que muito me agradam.
Excelente, minha amiga!
Meu abraço com carinho.