quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Chichen Itzá - México


Em Chichen Itzá mergulhamos num jogo de sol e sombra, obra de sabedoria humana que parece transpor-nos a um patamar divino. Em locais com esta magnitude apetece-nos estabelecer um jogo com a vida, libertarmo-nos  dos escombros e subir ao cume da espiritualidade. 
Serpenteavam entre nós jovens iguanas que, em manobras circenses faziam piruetas, subiam as paredes e ficavam na brasa do calor da tarde a observar-nos lá de cima - do alto das pirâmides maias. Esbugalhámos os olhos de espanto e com elas partilhámos espaços de liberdade que lhes pertencem por direito próprio. As mais velhas e corpulentas parecem ter a idade das pedras e, como legítimas guardiãs de tesouros milenares,  mostravam uma surpreendente atitude de vedetas no à vontade com que se expunham aos curiosos "paparazzi". A expressão do olhar cativava-nos e aproximava-nos - como se fossem detentoras de eternidades de paz.
Em Chichen Itzá deixei o medo e o arrepio que sentia quando me cruzava com as esquivas osgas do meu quintal. Se com elas pudesse cruzar o olhar, creio que o faria - agora - com outra familiaridade.


An mirandés

An Chichen Itzá hai un jogo de sol i selombra, obra de sabedorie houmana que parece lhebar-mos a un terreiro debino. An lhocales cun esta grandura apetece-mos fazer un jogo cula bida, lhibrarmos-mos  de ls sbarrulhos i oupir al pico de la spritualidade.
Lhougo a l´antrada arregalamos ls uolhos de spanto: sperában-mos taludas eiguanas que parecien arrimar-se a la l'eidade de las piedras. Cumo legítimas guardianas de tesouros milenares, amostrában als curjidosos "paparazi" spantosos modos de streilhas. Sous uolhos chamában-mos, cumo se l sou mirar tubisse an drento eiternidades de paç.
Las mais moças rabeában antre nós, fazien hablidades, oupian las paredes i quedában na brasa de la calor de la tarde a ouserbar-mos alhá de riba - de l alto de las pirámides maias. Cun eilhas partelhamos spácios de lhibardade que le perténcen por dreito própio.
An Chichen Itzá quedou l miedo i l arrepelo que sentie quando me cruzaba culas fugidas osgas de l miu quintal. Se cun eilhas pudisse cruzar l mirar, cuido que l fazerie - agora - cun outra familharidade.

Teresa Almeida


 

7 comentários:

  1. Obrigado por partilhar! Ezcelente!

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  2. Oi querida Teresa!

    Lindos passeios...

    E maravilhoso é viajar nas asas das tuas palavras,

    com a tua narrativa poética irrecusável...

    Beijinhos, amiga!



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  3. Ai se as pirâmides e seus naturais "habitantes" soubessem como foram inspiradores...Partilhei deste teu encantamento e contentei-me com mais um ganho teu: vencer um medo...

    Bjos, querida amiga :)

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  4. Excepcionalmente bem escrito, envolvendo o leitor na magia de uma narrativa poética, em que apetece pedir mais...

    Grata por tão belo momento.
    Deixo beijos...

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  5. Excepcionalmente bem escrito, envolvendo o leitor na magia de uma narrativa poética, em que apetece pedir mais...

    Grata por tão belo momento.
    Deixo beijos...

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  6. Seja egípcia ou azteca, faz sempre calor nos arredores de uma pirâmide. Saboroso relato de viagem, Teresa, obrigado por tê-lo partilhado conosco.

    Um abraço amical,
    André

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  7. Que inveja, nunca fui ao méxico...
    Mas fico feliz por ti, já que pelo texto percebo que gostaste muito.
    Teresa, querida amiga, tem uma boa semana.
    Beijo.

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