Quando entro no teu leito
há um diálogo imperfeito
Talvez tenha que tê-lo e dizê-lo
para dele extrair a dor
e mergulhar no prazer de escrever,
dilacerar o teu seio inquieto
neste tema aberto,
na nostalgia do entardecer.
há um diálogo imperfeito
Talvez tenha que tê-lo e dizê-lo
para dele extrair a dor
e mergulhar no prazer de escrever,
dilacerar o teu seio inquieto
neste tema aberto,
na nostalgia do entardecer.
Se me tocas
trazes-me ainda a vontade de mudar de rumo,
a vontade de viver: talvez por ti, talvez por mim.
mas é certo que não te amo, não te quero perto,
não se reuniram os astros para te fazer minha,
não se voltaram os búzios
para te incluir na minha sina,
e se me quiseres terá que ser a doer,
porque aos pés da minha mãe não te vi,
porque, na hora em que nasci,
gritei!
trazes-me ainda a vontade de mudar de rumo,
a vontade de viver: talvez por ti, talvez por mim.
mas é certo que não te amo, não te quero perto,
não se reuniram os astros para te fazer minha,
não se voltaram os búzios
para te incluir na minha sina,
e se me quiseres terá que ser a doer,
porque aos pés da minha mãe não te vi,
porque, na hora em que nasci,
gritei!
O choro, no acto do nascer, é sinal de Vida. Escrever, descende dessa vitalidade em comunicar. A paixão entrelaçada na sua essência se pode transformar a nostalgia no princípio do escreviver.
ResponderEliminarBeijos
SOL
Que emoção de ler um poema tão excelente, belo e
ResponderEliminarprofundo.
Desnudando a nostalgia, desafiando a sua hipnose e
transfigurando-a num poema renascido de luz...
Parabéns,querida (luminosa) poetisa!!
Beijinhos.
Um grito que ecoa
ResponderEliminare estimula a não desistir
Belo
Tenho o (péssimo) hábito de querer extrair mensagem da poesia. Mas sei que há poesias que só se devem ler/reler apenas pela construção poética, pela fluência do sentir de quem escreve. Eis o que sinto em relação a esta: ficar-me pela emoção da leitura. Não obstante, ouso dizer que vejo uma dor contida que se exorcizou nos versos... Será? :)
ResponderEliminarGostei imenso, amiga Teresa.
Bjuzz :)
Olá Teresa!
ResponderEliminarEstive a ler este e outros poemas teus, e gostei muito!
Sobre este só me acontece dizer que o grito que damos ao nascer será o grito, por vezes abafado que nos acompanha vida fora, e que cada um soltará à sua maneira. Nós tentamos soltá-lo através da escrita.
Desculpa tratar-te por tu, mas pessoas mais ou menos da minha idade é assim que as trato.:-)
xx
Gostei muito. Tem força.
ResponderEliminarBjo amigo
Bom dia, Teresa
ResponderEliminarUm excelente poema, cheio de vigor e força, tal como o grito à nascença.
Não basta lê-lo, é preciso "pensá-lo" para lhe sentir todo o sabor amargo-doce que encerra.
Gostei MUITO!
Bom fim de semana.
Um beijo
Miguel
PS - Adorei a tua presença. Volta mais vezes, que farei o mesmo sempre que o meu "apertado" tempo o permita. Dia 24 haverá novo post.
Pois é... O teu poema não é de leitura fácil... Li e reli e, para mal dos meus pecados, que os tenho, pois eu não sou nem quero ser um santo, arranjei três ou quatros leituras possíveis... Em qualquer caso, ficam comigo. O que não fica (por dizer), pois digo já, é a excelência do teu poema. Foste brilhante, mais uma vez.
ResponderEliminarTem um bom fim de semana, querida amiga Teresa.
Beijo.
Há gritos que ecoam no inconsciente, outros que se tornam presentes em cada toque de perfume e de saudade.
ResponderEliminarE é este eco de beleza que fazes chegar até quem te lê Teresa.
Abraço forte!
Um poema forte, um grito que dói...é essa a arte da poesia, mexer com as emoções.
ResponderEliminarGostei muito. Beijinho Teresa....:)
Nos comentários dos amigos posso sentir o pulsar das minhas palavras.
ResponderEliminarNum sentido abraço, a minha gratidão.
Teresa Almeida