Como seriam os sapatinhos que eu e o meu irmão colocávamos,
junto ao borralho,
cheios de devoção. Como seriam?
Lembro-me da candeia de azeite a alumiar os serões da nossa
infância,
das filhós e do arroz doce feitos a preceito pela avó Adília,
do valor e do prazer de estreitar os laços de família,
sentir que, à roda da fogueira do galo, aos amigos se
estendia.
Os sapatinhos ficavam pela noite dentro, debaixo da chaminé,
no rescaldo dos sonhos.
Com fé, também eu ficava
e rezava até adormecer de exaustão! A minha prece ao Menino
Jesus,
aquele que tinha o mundo na mão, no altar da minha meninice,
seguia sempre na mesma direção. Que pedia eu?
Uma boneca real, que chorasse, que falasse.
No dia seguinte, ao acordar, corria,
e era o sorriso dos anjos que nos espreitava: os meus pais.
Não me lembro de ficar desiludida, esquecia o fervor
e os desejos que depositara no sapatinho. Não havia
frustração!
Encontrava uma bugiganga qualquer(digo agora eu).
Apenas sentia que era um presente do céu!
Volvidos os verdes anos, volvidos tantos passos,
olho, com viva emoção, as prendas que eu tanto desejava:
a Carla, a Guida, a
Ana Teresa, A Laura Maria
e o Fernando, o meu
amor mais recente!
O Natal aconteceu! Verdadeiramente!
Teresa Almeida Subtil
Agradecendo a sua amizade durante o ano, e antecipando já 2015, desejo.lhe Boas Festas e um Santo Natal!
ResponderEliminarBeijinho amigo
E que bem me soube estar contigo neste remanso de memórias doces.
ResponderEliminarOs presentes continuam (continuaram). E, com o tempo, vemos, afinal, que os presentes sempre foram pessoas!
Gosto muito de poemas de (a) memória,,,
No meu cantinho, também lá tenho um presente :)
Bjuzz, amiga :)
Esses eram uns natais plenos de magia.
ResponderEliminarFeliz Natal, Teresa!
Que bons os tempos dos Natais ansiosos. É quase um sonho de criança que se renova e cresce dentro da Alma. Saudades...
ResponderEliminarBelo, recontar a vida.
Ainda sonho essas noites que não voltam mais.
Parabéns, Teresa. Que este Natal, além de te transportar no tempo, te traga toda a Felicidade e Alegria, como outrora.
Beijos
SOL
Tenho levado o dia na cozinha, tirei este bocadinho agora...:-)
ResponderEliminarEu nunca me lembro de ter tido Natal, no sentido de festa ou reunião familiar. Vivíamos os três irmãos apenas com a mãe que tinha de trabalhar, e ainda mais nestas alturas, mas lembro-me de ficar muito feliz por receber de presente um chocolate Regina daqueles que eram um chapéu de chuva...:-)
Ironia do destino, ou talvez não, a minha filha nasceria no dia 24 de de Dezembro, faz hoje 26 anos, e ela é o meu grande presente, a minha maior alegria.
Gostei muito do poema, sobre gratas memórias.E também eu tenho um Fernando na minha vida; o meu querido irmão que hoje estará sentado à mesa.
Feliz Natal, Teresa.
xx
Memórias do mágico tempo da infância... Espero que o Natal tenha sido bom e que o ano de 2015 seja um ano Melhor.
ResponderEliminarBeijo.
Os Natais eram mesmo assim como disseste no teu excelente poema.
ResponderEliminarQuerida amiga Teresa, espero que o teu Natal tenha sido muito bom. Desejo que tenhas um bom fim-de-semana e um Feliz Ano Novo.
Beijo.