quarta-feira, 8 de julho de 2015

Despida






Chamaram-me à rua do Carmo
Para me perguntarem: que escreves tu?
E eu, sem saber por onde vou, respondo:
Está nu o meu verso, sem arpejo.
A rima anda solta nos poemas que leio
Nos peitoris das janelas que namoram o Tejo
Mesmo que o não vejam.
Cegos os meus versos dão-se aos dedos
Para que apertem os desejos e as penas
E deambulem pelas ruas desoladas
E roubem as cordas às guitarras e toquem
Toquem uma melodia que encha as frinchas da noite
Que ressuscitem a trilha e a harmonia
Que encontrem a poesia perdida algures
Despida.


Teresa Almeida

6 comentários:

  1. A poesia despida, nua, livre para passear na rua
    do carmo ao toque da melodia da noite e se
    vestindo luminosamente de harmonia...
    Querida amiga estava saudosa da tua luminosa
    poesia, uma melodia primorosa nos acordes
    da tua alma...
    Poema e foto belíssimos!
    Beijinhos saudosos.

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  2. Olá, Teresa.
    Um encanto sua poesia que tem versos que "hão de roubar as cordas às guitarras e tocar melodia que ressuscite a trilha e a harmonia" que tanto são necessárias ao nosso viver. Queremos é poesia dessa em que os versos ganhem vida e sigam pelo escuro do mundo a fazer luz =)
    Bonito.

    bj amg

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  3. A Teresa faz boa poesia.
    E este poema, que é excelente, é apenas um exemplo.
    Boa semana.
    Abraço.

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  4. Pois é, Teresa. A Poesia anda despida e nua de conceitos.
    Chamaram-te porque conhecem o encanto dos acordes nas letras do teu fado.
    Que haja fado com muita Poesia!


    Beijos


    SOL

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  5. Ah, Teresa, é assim que a poesia vale a pena.

    Um beijinho, poeta :)

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  6. Há sempre poesia quando os versos escorrem dos dedos.
    Um encanto este poema de um chamamento que te é intrínseco!
    Bjo, querida Teresa :)

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