A ressurreição é, em mim, um fio de água
a correr, em jeito de fonte, à beira de casa.
Janelas floridas, cântaros de asa,
colchas de renda, linho e damasco.
E rostos amigos.
Postigos escancarados, antigos.
De pétalas são os tapetes da minha rua
e as cores são da minha aldeia.
É tudo tão verdade!
E este murmúrio de fonte a cantar é uma oração
de saudade. Saudade que traz de volta o olhar
daqueles que um dia
por ali caminharam e amaram.
Do tempo sabemos apenas que é breve
e a vida uma procissão,
um compasso na eternidade.
Sonido de soudade
La ressurreiçon ye, an mi, un filo d'auga
a correr, an modo de fuonte, acerquita de casa.
Jinelas floridas, cántaros d'ala,
colchas de renda, lhino i damasco.
I rostros amigos.
Postigos scancarados, antigos.
De pítulas son ls tapetes de la mie rue
i las quelores son de la mie aldé.
Ye todo tan berdade!
I este sonido de fuonte a cantar ye ua ouraçon
de soudade. Soudade que trai a la mimória l mirar
daqueihes q'un die
por eilhi caminórun i amórun.De l tiempo que tenemos
solo sabemos que ye mui debrebe
i la bida ua percisson,
un cumpasso na eiternidade.
Teresa Almeida Subtil
Olá Teresa!
ResponderEliminarO teu poema reportou-me à minha infância, à delícia do sol a entrar pela janela do meu quarto, aos aromas e sons da minha rua... mas como diz o teu poema, a vida é uma procissão, em que a cada passo da caminhada renascemos para a eternidade.
Gostei tanto, da doçura das tuas palavras!
Gostei tanto, do vídeo que adicionaste e que nos transporta a uma meditação profunda...
Tudo neste espaço é belo, como é bela a esperança na Ressurreição...
Deixo-te um imenso beijinho e o desejo de uma Páscoa feliz...:)
Um poema lindíssimo, que me fez recuar à minha juventude, em que passava as férias de Verão numa aldeia da Beira Alta... e onde nas margens do Mondego, bem próximo, a água corria com este som...
ResponderEliminarAdorei cada palavra!
Pois é, Teresa! Só após o seu comentário, me dei conta, de que também teria participado no livro a favor das crianças de Aleppo! Assim que tiver um bocadinho, nos próximos dias, acrescentarei também o seu nome, bem como o link do seu blogue, naquele meu post, em que divulguei o vosso livro!...
Grata por me ter feito notar tal, senão distraída como sou, não teria reparado...
Beijinho! Desejando-lhe uma Feliz Páscoa, recheada de doces momentos!...
Ana
Esse som para 'relaxamento' achei ótimo! Pegarei outros vídeos na inscrição.
ResponderEliminarAi, Teresa... falas em vida breve, e num caminhar não tão longo, e no compasso para a eternidade... penso nisso, e sinto saudades de uma época em que nem sentia o tempo. Não pesava, o tempo era meu aliado para sonhos ainda em andamento.
Vejo nesses poemas, que falam do nosso andar, uma certa tristeza, sim, mas como são belos!
Saudade...palavrinha linda, com melodia, mas um dia faz sofrer.
Beijo!
Em cada batido de sílaba , o eco do calçado nas pedras do caminho por onde passava o povo no dia de Páscoa . E ela , a procissão acompanhava o Compasso em todas as aldeias . Assim era a tua , assim era a minha . E sim , a saudade canta , morna , soando a nostalgia !
ResponderEliminarTão belo o teu cantar , Teresa !
Beji grande
Olá Teresa.
ResponderEliminarGostei muito do teu poema, que tem belos versos como estes:
"De pétalas são os tapetes da minha rua
e as cores são da minha aldeia."
Desejo a ti uma ótima semana.
Um abraço.
Pedro
Quando aqui venho, a este teu espaço, sei que encontro um magnífico poema. Não me desapontas nunca. E este é uma autêntica pérola. Na memória. Na saudade. No encantamento das palavras.
ResponderEliminarUma boa semana, Teresa.
Um beijo.
sei desses sons. mágicos!
ResponderEliminare das lendas! e das moiras encantadas!
e da água bebida pelos dedos.
e das bilhas de barro.
e das coleantes ancas.
e dos febris anoiteceres.
cálido e amável teu poema, Teresa Almeida
beijo
¡Precioso -precioso!
ResponderEliminarEl poema y el vídeo, vaya que casi me duermo escuchan el susurro de la bonita fuente.
Un aplauso prolongado y mi felicitación.
Que guapa eres, Teresa. Dios te bendiga.
Se a ressurreição é fonte
ResponderEliminarA ti, amiga querida,
É que tens a tua vida
Como se um largo horizonte
Visado ao longínquo monte
Onde o sol dá a saída
De sua luz dividida
Entre ti que estás defronte,
E o céu, perdido em espaços.
Tu nutres eternos laços
De luz, por viver a vida
No eterno amor. Os percalços,
São flores juntas aos passos
Por onde passas, querida!
Lindo o teu poema, Teresa! Parabéns! Deixo meus versinhos para homenagear o espaço. Abraço fraterno. Laerte.
Eu sou boba (trazendo aqui a Clarice...rss) com a tua
ResponderEliminarpoética. Este coração que sempre senti na tua poesia,
a transbordar a beleza mais sublime no dizer poético:
"é a vida uma procissão,
Um compasso na eternidade."
Grandes poetas assim como tu és, eterniza a vida no canto,
numa oração de saudade, num olhar que transcende e trazendo
a Poesia, sempre a Poesia!
Grata pela leitura aqui, minha amiga!!
Beijinhos.
Ao tempo que não assisto a uma procissão...
ResponderEliminarRecordei a minha meninice num outro tempo e num lugar muito diferente deste espaço onde agora resido.
O teu poema tem a excelente qualidade de quem ama expressar-se com emoção e lirismo... Uma composição muito singular e bela...
Beijo, Teresa.
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"e a vida uma procissão,
ResponderEliminarum compasso na eternidade"
Um excelente poema, com um final soberbo.
Bom fim de semana, amiga Teresa.
Beijo.
Ressuscitar o que de melhor há em nós, eis um belo desafio de vida.
ResponderEliminarGosto sempre tanto, Teresa!
Um beijinho :)
¡Hola, Teresa!!!
ResponderEliminarPaso de nuevo para dejarte mi gratitud, mi estima, y releer este lindo poema que trasmite la realidad de lo que somos, si lo he entendido bien...
la vida es una procesión: una la llevamos por dentro y otra es, o somos esa procesión que tiene un fin como todo en esta vida, puesto que todo lo nace muere, nada es eterno en este mundo. Excepto la eternidad.
Un abrazo, reina.
Passo a passo caminham os rios
ResponderEliminarmas sempre são precisas as pontes para os nossos
Sempre belo