ESTRADA NACIONAL 2 – Passeio organizado pelo ACP
31 de Julho a 4 de Agosto de 2023
Julho de 2023 foi o mais quente desde que há
registo. E foi precisamente a 31 de Julho que nos fizemos à Estrada nacional 2.
Senti um arrepio, um regresso ao passado (curvas e contracurvas), mas a ideia
de percorrer a coluna vertebral do nosso país e o seu envolvimento, falou mais
alto, É este apego a um território que nos coube por nascimento, E a
curiosidade aliada à aventura foi revolucionando os nossos caminhos interiores
feitos de veias e artérias. Com a garantia do Automóvel Clube de Portugal havia
a esperança de viajarmos em segurança.
Procurávamos seguir em fila, mas havia sempre um ou outro que furava o esquema. Por vezes parece que se retorciam as vértebras, mas
lá conseguíamos endireitar-nos.
O Hotel Forte de S. Francisco Chaves, situado num
edifício histórico do século XVII, classificado como Monumento Nacional, foi o
local em que o grupo se reuniu.
Ainda pela tarde pudemos deliciar-nos com a visita
ao Centro Histórico da maravilhosa cidade de Chaves, ponte Trajano e os
apetecidos saltinhos nas poldras do rio Tâmega. Que bem me soube o jantar no
Jacinto de porta alta e vermelha, chão empedrado e comida flaviense! Realmente
a gastronomia portuguesa, nos diversos locais por onde passámos, primou pela
qualidade. Por 1€ adquirimos o Passaporte, identificação do turista da N2. E
fomos carimbando nos sítios preparados para esse efeito. Fica essa grata recordação.
Impossível não ter o prazer de visitar a estância termal do Vidago e beber um copo de bem-estar, a água quente das Pedras Salgadas. Em Lamego (cidade onde cresci) no cimo da Avenida Dr. Alfredo de Sousa ergue-se numa escadaria barroca de 686 degraus e termina num santuário rocaille, de meados do séc. XVIII, dedicado a Nossa Senhora dos Remédios. Algumas colegas do Colégio da Imaculada Conceição sentiram o apelo de aí enlaçarem uma vida a dois. A configuração do terreno confere-lhe imponência a que não é alheio o denso arvoredo que o envolve. Segue-se Vila Real e a Casa de Mateus com a mágica entrada para fantásticos jardins e "hectares de liberdade".
O Programa, Road Book e links de GPS ajudaram os
aventureiros da N2. E, se desvios houve, foram propositados. Lembro o almoço em
La Roeda - Pinhão. Atravessarmos a ponte para nos maravilharmos com os
socalcos dos vinhedos no coração do Vale do Douro e, ainda, sentir a pele da
estrada mais bela do mundo, ou quase. A
noite da cidade-jardim ficou-me magicamente gravada. Viseu cresceu e
apimponou-se, como se diz em mirandês. Jantar no Páteo e dormir na Pousada
acrescenta aquele glamour que lhe percebi.
E continuámos, com carros cada vez mais
"lavadinhos", passar pelo Palácio do Buçaco, Convento da Sertã e Hotel da Montanha, sem esquecer a ponte romana.
Prosseguimos agora levados pelo prazer de visitar o Museu Caramulo e regalar as
vistas em viaturas antigas, verdadeiras obras de arte.
Miradouro do Penedo Furado, Montargil e Castelo de
Montemor preenchem o quarto dia. Não há um castelo igual a outro, mas em
Montemor-o- Novo há algo que nos prende no sentido de passar de novo e devagar para lhe
podermos fazer uma entrevista profunda.
O prazer e a emoção de atravessar as planuras do
Alentejo ninguém nos tira. E conhecer herdades, com conceitos inovadores e a
fantasia na arte de bem receber, também não. Falo no Landvineyards.
O Lagar do Marmelo e seus aromas de azeite veio em mim na forma de poema. É perceber a arte de tratar a azeitona até a levar a em fio d'ouro ao prato. Será herança de milénios? "Há pinturas nas rochas das montanhas do Saara Central, com idade de seis mil a sete mil anos, entre o quinto e segundo milênio a.C." E há uma dor fina ao lembrar oliveiras a desaparecer em Trás-os-Montes, entre as silvas.
Em Vila de Rei, conhecer o Centro Geodésico de Portugal é fazer parte do ex-libris Vilarregense na serra da Melriça, com um vértice cuja altitude permite uma vista 360 e, entre os concelhos limítrofes, observamos a serra da Lousã e a da Estrela. No Museu da Geodesia provei "O Bolo de Chocolate +feio de Vila de Rei".
Chegados a Faro, festejamos a alegria e a gratificação de termos conseguido atravessar a terceira maior estrada do mundo e a maior da Europa, a mítica EN2. Sentimo-nos irmanados e enriquecidos com quem partilha interesses de ordem cultural, património histórico e turístico. E, neste resumo do muito que havia para dizer, fica aquele íntimo desejo de voltar.
Mesmo com um dia de calor intenso, deu pra ver que aproveitaram bem as belezas e a emoção de percorrer essa estrada e gostei de ver as lindas fotos. Até a sobremesa foi boa!
ResponderEliminarbeijos praianos, tudo de bom, chica
Oh My God!... Tenho essa viagem projetada há vários anos e ainda não consegui concretizar sonho tão auspicioso!
ResponderEliminarUma maravilha!
Um abraço Teresa e bom fim de semana!
Deve ter sido uma viagem linda mesmo com excesso de calor. Gosto deste seu apego ao território que é o chão que temos.
ResponderEliminarTudo de bom, minha Amiga.
Uma boa semana.
Um beijo.
Oi Teresa
ResponderEliminarAdorei ler sobre essa viagem pela 'Estrada Nacional 2', parece-me uma viagem inesquecível.Gosto muito viajar e fazer trilhas por caminhos pouco usados.Os seus registros ajudam a entender seu prazer nessa viagem.
Vou levando o link do seu espaço, que por descuido perdeu-se quando cliquei errado e tive que refazer. Sem eles, me perco dos amigos. Grande abraço, Teresa e bom fim de semana, bons dias.
Gostei de te apreciar neste género de registo,
ResponderEliminartão diferente do que é habitual...
Percebo que foste muito feliz e fico contente por ti...
Eu ando com uma infeção no olho esquerdo...
Tem um prelúdio de outono muito agradável.
Beijos e abraço.
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Que tour fantástico! Mesmo com imenso calor, terão sido dias bem passados e de pura adrenalina, à passagem por tantos sítios bonitos no nosso país!
ResponderEliminarQue bom, que tudo correu bem, e ficaram por aqui, belos registos de momentos bem especiais...
Beijinhos! Feliz semana e que Setembro, também possa proporcionar bons destinos... afinal o Verão, no nosso país, está cada vez mais prolongado, e quero crer que o bom tempo, continuará ainda por largas semanas...
Tudo de bom!
Ana
Olá, querida Teresa, que bela viagem, que estrada longa!
ResponderEliminarE os 686 degraus? Nossa...rss
Viagem belíssima, sem dúvidas, vi quanta alegria presente!
Uma ótima semana, Teresa, saúde e paz sempre.
Beijinho.
Poeta amiga, hoje, trago-te um convite...
ResponderEliminar🎉👑
Querida Teresa, convido-te a participar da minha ''festa de aniversário''
que publiquei no meu 'A Vivenciar'...
É virtual, mas sincera e sentida.
Dias lindos e felizes... Abraços 🍃🏵️🍂💌
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"Estrada Nacional 2". É o meu projecto de viagem. Meu e da minha filha que adora essas aventuras. Também sonha atravessa a Route66 dos EUA.
ResponderEliminarAdorei o seu texto, querida Teresa. Tanto na Poesia como na Prosa, agarra o leitor com o seu talento e sensibilidade. E é um gosto sentir o seu entusiasmo e amor por esta terra pisada há milhares de anos por tantos povos e por cá deixaram a sua marca.
Adorei vê-la, segui-la por essa estrada que tantos encantos e surpresas traz aos seus visitantes.
Muito obrigada, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
Já tenho pensado percorrer essa estrada de Norte a Sul, mas a ideia tem sido adiada consecutivamente...
ResponderEliminarE, pelo que vi, o tempo foi bem aproveitado.
Boa semana.
Beijos, também com saudades.