terça-feira, 3 de junho de 2014

Madressilva

Sou íntimo peregrino de emoções selvagens
enredo de madressilva, sedução bravia e verdadeira.

 Rodeiam-me sonhos que tropeçam nos caminhos,
 olhares sozinhos que vertem rios de esperanças
 e rebuscam mares, marés jovens, vida plena.

Sentidas gargalhadas, sangue a
pulsar, encostas de arribas.
Gritos de aves a céu aberto, futuro incerto
a desenhar-se na pele chamuscada de árvores nuas.
Nesta peregrinação existo e nada
se esvai que mereça ser dito.

De além do rio evoluem cenários
multicores, abraços que se atrevem

e há um filme ensaiado algures, no infinito,
intocável!

Se me vires com uma invejável madressilva
no decote

saberás que é todo o meu dote, meu
grito, meu verso de perfume silvestre.


Teresa Almeida

4 comentários:

  1. Um poema perfumado,

    que nos seduz ao caminhar

    pelo o seu poder imagético,

    numa natureza verdadeiramente bela...

    Sempre bela a tua poética,amiga querida!

    Beijinhos

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  2. ... termina de forma belíssima, a fechar a beleza deixada pelo rasto das palavras..

    beijo amigo

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  3. Demorei a vir até aqui, talvez as arribas já me cansem :) :)
    Este olhar sobre a "Madressilva" foi mesmo peregrino: buscou toda uma imagética que descobriste à sua volta, personificando-a nos seus voos poéticos, não se ficando num cenário agreste, pois o seu limite será o infinito do azul celeste!
    Uma musa, esta madressilva!
    Gostei imenso, querida amiga.
    Bjuzz, Teresa :)

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