A primeira vez que de ti me abeirei
todas as sedes me tomaram. Sem raça nem credo.
Cruzei-te num primeiro abraço, mar sonhado, desejado
e
finalmente sentido. Quando a coragem permitiu
o primeiro
mergulho, até a areia me bordou o corpo,
ponto por ponto. As cores brincavam e eram tantas
que despertavam e refletiam a luz que queria minha.
Nos meus olhos de céu e mar cruzavam-se correntes
loucas,
e eu já sem roupa fiquei à tona e deixei-me prender
nas mais belas cores. Fiz-me laço, palmarés de
glorioso arco iris.
Sei, sei que te dei versos sem palavras e, num
silêncio prometedor,
até as czardas se ouviram. As czardas que bailaria
com paixão.
As czardas que, para ti, escreveria com emoção.
Nos meus versos o mar endureceu, as lágrimas fizeram
nuvens
e foram quentes
as cores que me vestiram.
Confesso: fui apanhada e fiquei onda a pulsar em mar alto.
No meu horizonte as palavras também se despiram de
chavetas
e ficaram tão abertas até se fazerem espírito,
fado falado, morna resgatada, sal de miscigenação.
Teresa Almeida Subtil
Teresa Almeida Subtil
Um perfume embriagador, para lá do verso...
ResponderEliminarNa beleza do poema, sentimentos à flor da pele, Teresa.
Um beijinho :)
Nem muro nem ameia
ResponderEliminarBj
Para lá do azul
ResponderEliminarhá tanto mar
O mar é possessivo...
ResponderEliminarGostei do teu poema, foste brilhante.
Também gostei do virtuosismo do violinista de serviço.
Tem um bom fim de semana, querida amiga Teresa.
Beijo.
Olá Teresa!
ResponderEliminarNada mais belo do que oferecer versos sem palavras; a poesia realmente acontece, e "apenas" a passaste para o papel. E é essa a transição que não é para todos.
Quando até czardas se ouvem, todo o sal do olhar se pode transformar em nuvem que flutua sobre o mar, e nesse caso, até as palavras se despem de chavetas, abertas na representação do espírito.
Um poema simplesmente primoroso! Adorei, Teresa.
Que bela miscigenação!
xx
Quem pode ficar indiferente a tanta poesia de vida?
ResponderEliminarNum mar assim, conquista de ondas de Amor, até a música se torna divina e o seu bailado, num movimento solene.
Parabéns, Teresa.
Beijo
SOL
A paixão é assim... muito belo
ResponderEliminarbjs
Momentos de paixão... Belíssimo!
ResponderEliminarBeijo.
No último verso: "fado falado, morna resgatada, sal de miscigenação", o encontro de culturas e de emoções.
ResponderEliminarAbraço
Olinda
Gostei de reler o teu magnífico poema.
ResponderEliminarPorque da boa poesia gosta-se sempre...
Tem uma boa semana, querida amiga Teresa.
Beijo.
Venho muito atrasada, mas houve outros voos, como sabes.
ResponderEliminarEste não é o mar; antes um mar que os sentidos desenharam e verteram em versos coloridos, musicais e universais.
Muito bom mesmo, querida Teresa.
Bjuzz :)