Feira de l lhibro
Cheguei al jardin cula nuite a cair i l cielo a amenaçar mudar a qualquiera momiento, tal
cumo la bida: debrebe i resbalina.
Ls lhibros passórun a pertencer àquele lhugar, ls caminos
perdírun la dureza i ls passos tornórun-se lhebes, mais lhebes que nunca. Ye
siempre esta sensaçon d'ouséncia, de bolo, de star i nun estar. Ye l prazer de
me perdir ne l berso solto i a ganhar bida própia - na boç, na spresson, na
melodie i na antrega de cada un. Alguien que, por sfregantes, saliu de si i
festeijou la palabra amigo.
L lhibro biaija de mano an mano, i nele l alegrie, la
rábia, l amor i l spanto de quien l screbiu. Stou cierta de que, de cada beç
q'un lhibro s´abre, s´ ancuontra algo de nuobo i que bamos percebendo la forma
cumo l'outor se bai çpindo, debagarico.
La chuba nun
chegou a cair, mas you senti-la nas lhágrimas que derramei por drento, ne l
poema que la nuite screbiu i ne l cheiro de cada pétala que guardei ne l peito.
Naquel abraço, scrito i dedicado, seguiu l afeto i la
berdade dun sfregante que baliu la pena.
Cheguei ao jardim com a noite a cair e o céu a ameaçar mudar a qualquer momento, tal como a vida: fugidia e imprevisível.
Os livros passaram a pertencer àquele espaço, os caminhos
perderam a dureza e os passos tornaram-se leves, mais leves que nunca. É sempre
esta sensação de ausência, de voo, de estar e não estar. É o prazer a deambular
no verso solto e a ganhar vida própria - na voz, na expressão, na melodia e na
entrega de cada um. Alguém que, por momentos, saiu de si e festejou a palavra
amigo.
O livro viaja de mão em mão, e nele a alegria, a raiva, o
amor e a perplexidade de quem o escreveu. Estou certa de que, de cada vez que
um livro se abre, se encontra algo de novo e que vamos percebendo a forma como
o autor se vai despindo, devagarinho.
A chuva não chegou
a cair, mas eu senti-a nas lágrimas que derramei por dentro, no poema que a
noite escreveu e no perfume de cada de pétala que guardei no peito.
Naquele abraço, escrito e dedicado, seguiu o afeto e a
verdade de um momento que valeu a pena.
Teresa Almeida Subtil
Bem podes estar segura que o "Livro" tem o Dom de ser oportuno: a cada leitura se "lê" o sentir e disposição do momento presente e não (seguramente) o que as palavras impressas querem dizer.
ResponderEliminarCada um sente o que sente.
Gostei.
Beijos
SOL
Os livros têm vida, têm alma, têm emoções. São companheiros e amigos das mais diversas ocasiões...
ResponderEliminarGostei muito do teu texto querida Teresa...
Beijinho meu...
Olá Teresa!
ResponderEliminarDepois de vários meses de ausência cá estou novamente!
Os livros influenciam muito mais a nossa vida do que poderá supor-se à partida.
Quer a chuva ameace ou não, quer os livros se apresentem sujos e gastos, ou novinhos em folha. Cada livro tem uma personalidade à qual cada leitor acrescenta algo mais.
Maravilha comunicares também na Língua Mirandesa!
Bom fim de semana, Teresa!
xx
Há momentos que valem a pena.
ResponderEliminarTal como ler o seu magnífico texto.
Teresa, tenha uma boa semana.
Abraço.
Passei para ver as novidades...
ResponderEliminarTeresa, minha querida amiga, aproveito para lhe desejar um bom domingo e uma boa semana.
Um abraço.