segunda-feira, 21 de março de 2016

Mar de bruma

Mar de bruma Se há um mar de bruma em que me sinto envolvida se em secreta harmonia me prendo e suspendo, se a pergunta repetida tem nuances de hora e de partida, se na vida não sei se vou ou se venho, se sou rio a estremecer de encanto e neblina que enlouquece, se sou pura imaginação, se sou palavra, flor matutina com vocação de estrela, se sou alegria e pranto, deslumbramento sem razão, se não encontro a porta de saída, deixo a pergunta mil vezes repetida, deixo a palavra, frágil, toldada e perdida, deixo o beijo e o coração. Mar de nubrina (die de la poesie) S' hai un mar de nubrina an que me sinto arrolhada, s' an secreta harmonie me prendo i suspendo, se la pregunta repetida ten arressaios de chegada i de partida, se na bida nun sei se bou ou se bengo, se sou riu a tembrar d'ancanto i nubrina q' amboubece, se sou pura eimaginaçon, se sou palabra, flor purmeiriça cun bocaçon de streilha, se sou alegrie i pranto, se sou çlumbramiento sin rezon, se nun ancuontro la puorta de salida, deixo la pregunta mil bezes repetida, deixo la palabra, andeble, toldada i perdida, deixo l beiso i l coraçon.

Teresa Almeida Subtil

4 comentários:

  1. Poetas somos todos nós

    alguns ousam escrever

    Bj

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  2. Olá, Teresa.
    "se na vida não sei se vou ou se venho,
    se sou rio a estremecer de encanto" - belo poema.

    bj amg

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  3. Todo "deslumbramento sem razão" sai sempre dos corações grandes das flores matutinas que sonham ser estrelas.
    Muito belo o poema, e gosto também de lê-lo em Mirandês!
    Bom fim de semana, Teresa.
    xx

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  4. Todo "deslumbramento sem razão" sai sempre dos corações grandes das flores matutinas que sonham ser estrelas.
    Muito belo o poema, e gosto também de lê-lo em Mirandês!
    Bom fim de semana, Teresa.
    xx

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