Mar de bruma
Se há um mar de bruma
em que me sinto envolvida
se em secreta harmonia
me prendo e suspendo,
se a pergunta repetida
tem nuances de hora e de partida,
se na vida não sei se vou ou se venho,
se sou rio a estremecer de encanto
e neblina que enlouquece,
se sou pura imaginação,
se sou palavra, flor matutina
com vocação de estrela,
se sou alegria e pranto,
deslumbramento sem razão,
se não encontro a porta de saída,
deixo a pergunta mil vezes repetida,
deixo a palavra, frágil, toldada e perdida,
deixo o beijo e o coração.
Mar de nubrina (die de la poesie)
S' hai un mar de nubrina
an que me sinto arrolhada,
s' an secreta harmonie
me prendo i suspendo,
se la pregunta repetida
ten arressaios de chegada i de partida,
se na bida nun sei se bou ou se bengo,
se sou riu a tembrar d'ancanto
i nubrina q' amboubece,
se sou pura eimaginaçon,
se sou palabra, flor purmeiriça
cun bocaçon de streilha,
se sou alegrie i pranto,
se sou çlumbramiento sin rezon,
se nun ancuontro la puorta de salida,
deixo la pregunta mil bezes repetida,
deixo la palabra, andeble, toldada i perdida,
deixo l beiso i l coraçon.
Teresa Almeida Subtil
Poetas somos todos nós
ResponderEliminaralguns ousam escrever
Bj
Olá, Teresa.
ResponderEliminar"se na vida não sei se vou ou se venho,
se sou rio a estremecer de encanto" - belo poema.
bj amg
Todo "deslumbramento sem razão" sai sempre dos corações grandes das flores matutinas que sonham ser estrelas.
ResponderEliminarMuito belo o poema, e gosto também de lê-lo em Mirandês!
Bom fim de semana, Teresa.
xx
Todo "deslumbramento sem razão" sai sempre dos corações grandes das flores matutinas que sonham ser estrelas.
ResponderEliminarMuito belo o poema, e gosto também de lê-lo em Mirandês!
Bom fim de semana, Teresa.
xx