Será que ouviste o meu palpitar?
E a minha mão
acariciar a tua,
será que sentiste?
E os últimos
beijos
no teu rosto ausente,
percebeste-os
mãe?
Na hora dura
e fria,
deslizei num rio de paz,
firme leito
de afetos.
E no teu
peito me deitei
pela última vez.
Os teus
olhos, minha mãe,
haviam partido,
mas os meus
adoravam-te na luz que me deixaste.
Luz que, na
partida, quis dar-te.
E o sossego
da tua mão na minha.
Disse-te
tudo, como sempre.
Estou aqui,
mãe, como te dizia …
Acariciei
contigo os rostos que te queriam.
E te querem.
Passaste e viverás
no amor que semeaste.
Mãe, eu vi
as arribas a arder
quando à
terra desceste.
Teresa Almeida Subtil