Teu corpo é meu navio
Transparência do instante
Em que o leme enxerguei
E todo o génio caldeado além
Num mar que não recordo e sei
Passei a ler-te sem tocar certezas
Luz que para lá do véu se proclama
Sem seres céu serias chama
Sem seres meu passaste a pertencer-me
Quase te toquei e tanto queria
Aquela aurora em fim de dia
Clarão e bruma quente
Ilha que ao longe se faz presente
Navio tatuado em minha mente.
Teresa Almeida Subtil
Ilha de S. Jorge - Açores
Bom dia, querida Teresa
ResponderEliminarUm navio, um ente, um sonho. Tudo reunido neste poema que à vista da Ilha de S.Jorge me leva em viagem para dentro dos seus contornos. Muito sensível, eu, aos sentimentos dos ilhéus não me canso de os tentar ler e adivinhar os seus anseios.
E na sua leitura me embrenho, tocando esse "Clarão e bruma quente":
"Passei a ler-te sem tocar certezas
Luz que para lá do véu se proclama
Sem seres céu serias chama
Sem seres meu passaste a pertencer-me"
Boa quarta-feira, minha Amiga.
Beijo.
Olinda
Olá, Teresa!
ResponderEliminarUm poema sensível, que mostra claramente o talento da poetisa. Gostei muito, querida amiga Teresa. Parabéns!
Um beijo.
Pedro
Teresa, um poema belíssimo
ResponderEliminare de extremadas (e contraditórias) emoções...
ficamos a saber, por um lado, do corpo como navio e chamamento
para, por outro lado, logo ficarmos esclarecidos que a viagem será simplesmente
"Clarão e bruma quente/ e Ilha que ao longe se faz presente" ...
... e, no entanto, há "auroras em final de dia" que permanecem como matriz e recorrente projecto e viagem.
gostei muito, minha amiga
beijo
Teresa querida, quando se faz poesia com emoção, como essa, bate também no leitor, pois nele se encontram as mesmas emoções, variando, apenas, o lugar.
ResponderEliminarAplausos, amiga!
Beijo.
Conheço bem o seu perfil, os seus prados, as suas vilas e sua ruralidade.
ResponderEliminarPassei nas Velas vários períodos de férias.
Geologicamente é uma ilha condenada a desaparecer...
Brilha no teu poema, querida amiga, uma beleza rara, singular e tocante.
É muito gratificante para mim, saber que te apaixonaste pelas nossas ilhas de bruma.
Foi um prazer ler-te.
Beijinhos de tão saudável cumplicidade.
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Emoção, palavras com sentimentos e uma mensagem bem presente... Uma poesia a ombrear em beleza com S. Jorge.
ResponderEliminarBom fim-de-semana
Á distância dum navio
ResponderEliminarMar que sente
A ilha quase presente
Presa a um fio
Que a mente é corpo
Em céu deitado
Ao olhar da Poeta
"Tatuado".
Um Poema, minha Amiga,
com passaporte e tudo...
Tão belo, como só a tranquilidade
das águas podem dar.
Gostei imenso.
Um beijo Amigo
LuísM Castanheira
Um navio tatuado na mente… Por isso hás-de atrever-te a imitar o vento na cadência da mais apressada respiração… Magnífico poema!
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Magnífico, como sempre! És uma mulher cheia de alma! E que bem sabes transmitir-nos as tuas emoções. Amei essa tua tatuagem.
ResponderEliminarTão teu (e meu por destino). Que bom é ter-te!
ResponderEliminarLindos Mãe! beijinhos :)
ResponderEliminarLindo o teu navio que é ilha
ResponderEliminarOu a tua ilha navio!
Teu poema traz o brio
Da poetisa que é filha
De Portugal, cuja quilha
Saiu do Tejo, o seu rio
Para o mundo e fez a fio,
Do mar, seu caminho ou trilha
Para os descobrimentos.
Seus nautas tomaram assentos
Em São Jorge, Índia, Brasil,
Goa, Macau e outros tentos,
Vagando no vai dos ventos
Mas sua ciência a mil.
Grande abraço! Laerte.
Um poema muito belo, intenso e profundo...
ResponderEliminarAbsolutamente sublime, Teresa, este mar de emoções!... Adorei ler!
Deixo um beijinho, despedindo-me por um tempinho, na minha habitual pausa de Verão, por esta altura!...
Até breve!
Ana
Olá Teresa! Boa noite!
ResponderEliminarDesculpa pela ausência, andei um pouco ausente, mas já estou de volta.
Um lindo poema. Você tem um pouco de Cecília Meireles quando escreve. Seus poemas são maravilhosos.
Votos de boa sexta.
Um beijo!
Votos de boas férias, querida Amiga.
ResponderEliminarAbraço grande.
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Teu poema é essencialmente metafórico e, como tal, talvez mais endereçado àqueles mais habituados às artes poéticas. É poema ambíguo. Nele não percebi indicações de objeto, à parte o primeiro verso que fala de corpo. À primeira vista, poderia se achar que teu poema fala da Ilha de S. Jorge, sobretudo devido à imagem que o acompanha. No entanto, eu o sinto mais como uma metáfora de um ser masculino, real ou imaginário, pouco importa. Um contato que não se deu e que ficou no desejado, apenas. Um anelo que se tatuou na mente da poetisa. Mas, naturalmente, louve-se aqui toda a verve e a imaginação desta, o poder que esta tem para descrever uma circunstância, quiçá, imaginária através de poesia de alta qualidade. Gostaria de ter escrito um poema assim. Para mim, é um dos melhores textos teus que conheço: pela ambiguidade inteligente que tem, e pela sensibilidade de um sentimento feminino tão típico. Meus aplausos, Teresa!
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