Agosto frio no rosto, já
dizia a minha querida avó Adília. E, todavia, não. Agosto entrou em Miranda do
Douro com desenvoltura: calor intenso, brilho de searas loiras debruçadas nas
ribanceiras e gente a circular com alegria. Muitos já esqueceram a máscara, mas
nada é seguro. Continuo mascarada e gosto de ler agosto poliglota, com férias
na mirada, sem tempo contado, espelhos de rio, aromas de fiolho e madressilvas,
sabor a figos maduros e amoras silvestres e sangue D’ouro a correr nas
entranhas. Folhas soltas de um livro transparente que amo e em que sinto a
alma. E quantos mais o lerem mais se lhe fortalece o espírito e o desejo. É um
livro de folhas soltas que se entrega e cativa com elegância e ancestralidade.
É penedo que brada e se faz amigo. É laço que se solta e abraça. É aquela
batida de passos em socalcos e cruza os céus como aves de saias brancas,
esvoaçantes e chapéus floridos. Miranda é jovem, mormente quando busca e cava
memórias em tempo enterrado. Miranda quer saber. Quer estribar-se no passado e
arribar-se ao futuro.
Teresa
Almeida Subtil
A imagem e o texto são fantásticos! 🌹
ResponderEliminar-
Procuro a noite dentro da solidão...
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Beijo e um excelente dia!
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Boa noite de paz, querida amiga Teresa!
ResponderEliminarTempo de fortalecer o espírito...
Todo o cenário que compor o texto é lindo e poéticopois
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz ebem
quem melhor que tu, Teresa, para dar ênfase e emoção a essa belíssima aguarela de encantamento que transportas para tua escrita?
ResponderEliminarquem melhor que tu, minha amiga, para desfolhar esse livro de "Agosto poliglota" e dares a ler "o sabor a figos e amoras silvestres"?
quem melhor para celebrar "e sangue D’ouro a correr nas entranhas", como quem profere uma bênção ou conta um segredo?
Uma maravilha, Teresa Almeida Subtil.
adorei ler, "mirandesica" talentosa.
beijos
Adoro o olhar e a beleza da escrita!!! Bj
ResponderEliminarEm agosto lês com gosto a Natureza que te rodeia e que amas. E deixas-nos com vontade de rumar a Miranda só para saborear o que dizes...
ResponderEliminarUm grande beijo, minha Amiga Teresa.
Olá Teresa!
ResponderEliminarFaço minhas as palavras da Graça. Eu, que apenas conheço Miranda de passagem, o meu olhar projectou-se mais para as arribas do Douro. Desconheço pois, essa estonteante beleza que tão bem descreves. Vou ter que ir a Miranda!
Um beijo, minha Amiga Teresa!
A.S.
"Havemos de ir a" Miranda, Teresa, parafraseando a tão conhecida letra de Pedro Homem de Mello, eternizada por Amália, para apreciar "in loco" essa beleza, esses sabores,esses cheiros que descreve com emoção e amor.
ResponderEliminarUm texto que encanta. Prende-nos do princípio ao fim.
Parabéns, minha amiga, por tão bela escrita.
Beijinhos
Olinda
Todo lugar tiene su encanto...sin dudas nos deja huellas de lo maravilloso que es ver la naturaleza de frente y pervive en el recuerdo.
ResponderEliminarMirando Miranda, mirando a Teresa. Sem subtilezas, mas com uma beleza ímpar transpirando do olhar. Ah, grande Mulher!
ResponderEliminarUm beijinho :)
Boa tarde Teresa,
ResponderEliminarUm texto maravilhoso que de tão belo é como um convite a visitar as terras de Miranda onde deve ser um encanto viver!
Um beijinho,
Ailime
Até apetece ir a Miranda. Tal como diz a minha prima Gracinha,"adoro o olhar e a beleza da escrita".
ResponderEliminarBjs, saúde
Um texto poético é uma pintura que não nos cansamos de olhar e apreciar. Cada frase nos traz imagem de encanto e nos coloca em um ambiente e pura alegria. Lindo! Bjs.
ResponderEliminarAs searas, minha amiga, as searas...ao tempo que as não vejo. E Agosto no fim
ResponderEliminare essa terra que chama, encanta e dela se
encanta a escrita de quem dela tanto a
ama.
Mas este não foi um Agosto de frio. Foi mais
o desgosto de incêndios e vírus. Pobres daqueles que mais isolados ficaram...
Havemos, sim, de ir a Miranda... um dia.
Abraço caloroso, Teresa.
Olá, querida Teresa!
ResponderEliminarÉ sempre tão agradável ler-te!
Pões na escrita uma arte, que é só tua, e com a qual ficamos deslumbrados.
Agosto foi atípico, mas a tua avó Adília tinha razão. Miranda, que não conheço, deve ser fresca e airosa e o livro ajuda.
Estou de férias e tenho uma surpresa no meu blogue. Aceitas? Obrigada!
Beijos e abraços, e já agora, bom setembro.
Que bom que o vento trouxe esta folha solta de Miranda para o lado de cá. E quanto me deliciei com esta prosa poética de amor à terra. Um primor de texto!
ResponderEliminarUm beijo, minha amiga Teresa!
Maravilhoso diálogo, entre a imagem, e as suas palavras apaixonadas, Teresa, que tão bem sabem traduzir o espírito da terra e das suas gentes...
ResponderEliminarAdorei esta simbiose tão perfeita, que se aprecia e saboreia em cada palavra! Um beijinho! Bom final de domingo!
Ana
Um texto belo num tempo de ardentia, que infelizmente propicia respaldo aos infestantes incendiários, a quem infelizmente ainda ninguém deitou a mão com a severidade que é requerida, face a tão grave ação criminosa.
ResponderEliminarAbraço.
Juvenal Nunes