segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Giente amerosa / Cordialidade


 Al ampeço de la manhana

Dou-me ganas de saltar debrebe de l abion.

Parecie que me speraba

L lhume de las augas de quelor azul-turquesa

I aqueilhas pisagadas de cabalhos  a fazéren medrar la magie

Cun la batida de l’arena fina, branca i sbolaciante

Cruzando aires d’África i de l Caribe.


Tocada pula afabilidade dos salenses,

Merquei ua bandolete por cinco ouros,

De quelores de la tierra, de la giente.

Negócio terminado. I cun ua risica amerosa, dixo l rapaz:

I you  dou-te esta pulseira feita por mi.

Quedou ne l miu braço. Ye la burmeilha. Galana, nó?





Cordialidade



Ao limiar da manhã

Tive urgência de saltar do avião.

Parecia que me esperava

O lume das águas de cor azul-turquesa

E aquela passeata de cavalos a avolumar a magia

Com a batida da areia fina, branca e esvoaçante

Cruzando ares de África e do Caribe.

 

Sensibilizada com a cordialidade dos salenses

Comprei por cinco euros uma bandolete

Com cores da terra e da gente. Negócio terminado.

E, com um sorriso doce, disse o rapaz:

E eu dou-te esta pulseira feita por mim.

Ficou no meu braço. É a vermelha. Bonita, não?


Teresa Almeida Subtil

Obs.

Sem recursos naturais, Cabo Verde conseguiu eliminar a malária das suas ilhas.  É um povo que merece o reconhecimento de todos.


6 comentários:

  1. Querida Teresa

    Que lindo texto dedicado ao povo de Cabo Verde, mais precisamente ao da Ilha do Sal.
    Povo morabi, de uma morabeza fantástica.
    Espero que tenha passado uns belos dias ali.
    Estive na ilha de São Vicente no passado mês de Novembro e
    também fomos à ilha de Santo Antão, famosa pelas suas
    montanhas.
    Infelizmente, levámos connosco uma gripe que não nos deu
    folga durante aqueles dias. Milagrosamente, não a passámos a ninguém :)
    Tudo de bom, minha amiga.
    Beijinhos
    Olinda

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    1. Querida Olinda, fui a Cabo Verde pela primeira vez. Esse sonho acompanhava-me , mas também fui acometida de uma valente constipação. Ceio que já a levava comigo. No entanto, a morabeza da gente da pequena ilha não me escapou, e escrevo marcada pela nostalgia do que não pude viver.
      A minha voz ainda não tem a clareza natural, mas sinto-me bem.
      Um beijo, amiga Olinda.

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  2. Olá, querida Teresa!
    Linda a pulseira, aliás, todas as do seu braço.
    Todos ficamos sensibilizados com cordialidade, faz bem ao ego.
    Um post muito bonito e delicado.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos com carinho

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    1. Grata, querida Rosélia Bezerra, pela sensibilidade.
      Abençoada seja!
      Beijinhos.

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    2. Desta vez apareço como desconhecida, mas deve ser aselhice minha rsss .
      Sou a Teresa Almeida Subtil.
      Beijinhos.

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  3. Um país fascinante e cativante, onde com pouco, se consegue fazer tanto, apesar de tudo... e por isso verdadeiramente motivador e inspirador!
    Grata por tão encantadora e especial partilha, Teresa!
    Beijinhos
    Ana

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