terça-feira, 2 de abril de 2024

 

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Aleluia!
Faltou-me un poema de Páscoa
Nun l screbi, mas bibi-lo docemente
I sien ti nun l bibirie rialmente
Acude-me l tiempo an q’abaixábamos la lhadeira
I you pequerrica corrie i rie
Tengo lhumes de mimória
Sien saber que ls guardaba andefenidamiente
L ribeiro fui un lhugar ancantado.
Sagrado ye todo l que l amor habita.
Lhababa lhenços, panhos i stendia-los n’ auga.
Nun se me lhembra de ls deixar ir
I las roupas de Páscoa eilhi a corar.
You miraba las quelores, ls zeinhos
I la yerba brabie. Spácio de remance
Cenairo que pintei eimaculado.
Chamo-te cumo bolo maior
Que mie alma sinte.
Quando bénen silbas al miu redror
Torno a l'einocéncia i al sustento
Anfenito amor.
La Páscoa fui siempre grácia tue
Até las campanas repicában i las pétalas
Ah! Las pétalas nunca murchórun
Cuntínan a lhuzir la rue
A saltar de la jinela i la procisson a passar.
La Páscoa ye grácia tue
I esta einergie de mirar la bida cantando
Aleluia!
_ Tradução _
Aleluia!
Faltou-me um poema de Páscoa
Não o escrevi, mas vivi-o docemente
E sem ti não o viveria realmente
Acode-me o tempo em que descíamos a ladeira
E eu pequenina corria e ria
Tenho focos de memória
Sem saber que os gravava indefinidamente
O ribeiro foi um lugar encantado.
Sagrado é tudo o que o amor habita.
Lavava lenços, paninhos e estendia-os na água.
Não me lembro de os deixar partir
E as roupas de Páscoa ali a corar.
Eu olhava as cores, os desenhos
E a relva selvagem. Espaço de romance
Cenário que pintei imaculado.
Chamo-te como voo maior
Que minha alma sente.
Quando vêm silvas ao meu redor
Regresso à inocência e ao sustento
Infinito amor.
A Páscoa foi sempre graça tua
Até os sinos repicavam e as pétalas
Ah! As pétalas nunca murcharam
Continuam a abrilhantar a rua
A saltar da janela e a procissão a passar.
A Páscoa é graça tua
E esta energia de olhar a vida cantando
Aleluia!
Teresa Almeida Subtil

3 comentários:

  1. Lindo viajar nas lembranças em mínimos detalhes da mente arquivadora. E foi assim que o poema veio delicadamente aconchegar no seu colo Teresa.
    Aplausos pela arte.
    Carinhoso abraço e feliz semana.

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  2. Querida Teresa
    Uma suavidade imensa nos invade ao lermos este seu poema,
    não escrito pela Páscoa mas recordando outras páscoas e a
    doçura de quem amava.
    Vim ver de si e dizer-lhe que já temos saudades suas, mas
    compreendemos a sua ausência.
    Tudo de bom lhe desejo.
    Beijinhos
    Olinda

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