quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

 "Caminando por Dezembre."

CONSOADA
Ela está a chegar
Avariou o primeiro avião
A seguir perdeu o AVE
Tudo são sustos
No ar de Geneve a Madrid
Novo comboio a Valladolid
Já na Ibéria apetece escrever
Pela madrugada
Há estrelas a regurgitar
Nos olhos dos avós
Lábios de papoilas
A reçumar palavras
Palavras cálidas como rabanadas
Vindas da antiga e amada casa
Vinho fino de Freixo de Espada
à Cinta
Copinhos de Quintanilha
Coisa de nada
Vem de longe
Uma linguagem de afetos
Que hoje à lareira
Explode num poema
De consoada
Teresa Almeida Subtil

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