sábado, 9 de julho de 2011
O tempo e o amor
O tempo andava devagar no quintal da minha avó
que, em vinhedos labirínticos, se estendia
Tardávamos a chegar aos caramanchões de heras
autênticos palácios encantados
onde, em brincadeiras, me perdia
O campanário da igreja ficava ao longe
algures no espaço
As saias da minha avó eram antigas
muito maiores que eu
escuras como breu
Quando, mais tarde, voltei ao quintal da minha avó
reparei com espanto
que os dias tinham encolhido
à medida que eu tinha crescido
O campanário da igreja marcava o tempo
e eu sentia-o correr
As amigas tinham voado nos meus sonhos
Demarcava, agora, o espaço com o olhar
um olhar húmido, embaciado
que se virou para dentro
O teu amor avó
era desmedido
como o tempo
Teresa Almeida 03.07.11
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Un salto al passado cheno d'eimoçon Poetas fazien camino ne l eizílio, na prison Sgarabatában l chano a saber de l tiempo Sien...
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Ninguém tem o som da tua voz Nem a melodia, nem as réplicas profundas Nem a cachoeira do amor Nem os sobressaltos Nem os silêncios . C...
Assim como a tua ternura é desmedida.
ResponderEliminarBendito o dia em que me foi dada a hipotese de privar com as tuas palavras.
Obrigado Teresa. Deixa-me dedicar este teu texto a todas as avós.
Um forte abraço do mar até à serra.
Ricardo
Um forte abraço para ti Ricardo.
ResponderEliminarBem hajas pelas tuas palavas que me dão tanto alento! Apetece-me escrever!