A verdura do
olhar
É em águas
límpidas que me jogo
E da vida colho
bálsamo azul.
Sensualidade
florida, cachoeira arrebatada.
Língua sem
freio, macia, desencravada.
Só te ama
quem por ti se lança sem decoro.
Quem se faz
verbo e se conjuga no infinito.
Quem se
magoa e se desnuda clara e bravia.
Te diz
princípio, aventura. Nunca servil.
Ternura desfiada
em flauta pastoril.
Cor de
giesta e urze. Fala mirandesa. Festiva.
Âncora e
eternidade.
Ribeira que
canta a verdura do olhar,
Debruada de
candura.
La berdura
de l mirar
Ye an augas
claras que me jogo
I la bida s´
antende bálsamo azul.
Sensualidade
florida, cachoeira arrebatada.
Lhéngua sien
trabon, macie, zancrabada.
Solo t'ama
quien por ti se lhança sien bargonha.
Quien se fai
berbo i se cunjuga ne l'anfenito.
Quien se
pica i se znuda clara i brabie.
Te diç
percípio, abintura. Nunca serbil.
Buntade de
bestir saia i corpete.
Soudade
zlida an fraita pastoril.
Quelor de
scoba i urze. Dança Mirandesa. Festiba.
Áncora i
eiternidade.
Ribeira que
canta la berdura de l mirar,
Debruada de
candura.
Teresa Almeida Subtil
Uma maravilha de poema, Teresa! Um poema de amor festivo com giestas e urzes e límpidas águas...
ResponderEliminar"Só te ama quem por ti se lança sem decoro". Tão belo, tão insinuante!
Uma boa semana.
Um beijo.
Olá Teresa!
ResponderEliminarGostei muito do seu "A verdura do olhar, na nossa língua e em espanhol, "La berdura de mirar". Do teu belo poema transcrevo os dois versos, que o encerram:
"Ribeira que canta a verdura do olhar,
Debruada de candura."
Parabéns, minha amiga poetisa.
Um abraço.
Pedro
Caro amigo Pedro,
Eliminarneste blogue escrevo em português e mirandês. São as duas línguas oficiais de Portugal. Eu vivo no planalto mirandês e, por isso, me entusiasmo tanto.
Beijinho.
Querida amiga Teresa devo ter confundido alguma postagem com esta tua daí ter dito que o poema é escrito em português e espanhol. Peço-te perdão.
EliminarUm beijo.
Pedro
Só te ama quem (...)/quem te diz princípio, aventura/ nunca servil - assim te quero, fala mirandesa!
ResponderEliminarpoema escrito com o corpo. na paisagem...
muito belo, Teresa Almeida.
beijo
Um poema azul, bordado com a verdura das margens com o rodopio da serra.Tão bela esta personificação arrebatadora onde os sentidos mergulham!
ResponderEliminarAbraço, Teresa!
Uau! Gosto muito do que escreves, Teresa, as palavras parecem possuidoras duma sonoridade que lhes confere vida.
ResponderEliminarUm abraço :)