segunda-feira, 28 de maio de 2018

Despudor / Sien bergonha


Despudor

Toco-te, delicada, quase com ternura.
Olho a elegância arroxeada  
e os matizes agradam-me.
Toco uma e outra vez … avanço e …
continuo a cobiçar-te …
É à toa que te folheio, e irrompo desastrada.
O último verso é mesmo o primeiro.
E percorro o poema sorvendo cada detalhe
que te é pele, que te é cheiro, despudor,
oblíqua miragem.
E se me quiser afogar de claridade,
preciso de me tornar íntima aragem
e ser do prado o teu olhar.

Sien bergonha

Topo-te, suable, quaije cun ternura.
Miro la simprecidade a dar al roixo
i l rostro agrada-me.
Topo ua i outra beç … arremeto i …
cuntino a cobiçar-te …
Ye a búltio que te leio, i bolo alborotada. 
L redadeiro berso ye mesmo l purmeiro.
I cuorro l poema buendo cada cachico
que te ye piel, que te ye oulor, sien bergonha,
retrocida  eimaige.
I se me quejir afogar de claridade,
perciso de me tornar íntema araige
i ser de l balhe l tou mirar.

Teresa Almeida Subtil

Lido no Congresso meu poema da Antologia de Autores Transmontanos
Durienses e da Beira Transmontana.

9 comentários:

  1. Teresa, minha amiga

    o teu belo poema, não foi apenas lido - foi muito bem lido!
    e, sobretudo, foi muito aplaudido e aclamado.

    falo do que vi e ouvi,
    sentado numa das primeiras fila do amplo anfiteatro

    muitos parabéns!

    beijos

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    1. Grata, meu amigo Manuel, por tão cálido testemunho.

      Um abraço bem arrochado.

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  2. Esse prazer do nosso amigo Manuel Veiga de ouvir seu poema declamado e aclamado, não tive, querida Teresa!
    Será que meu aplauso chega a você??
    Muito lindo, Teresa!
    Beijo, uma boa semana!

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    1. O aplauso chegou, querida Taís.

      E meu apertado abraço - de reconhecimento - atravessou o Atlântico?

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  3. Poema belíssimo com a tua assinatura, a tua arte poética
    é admirável, aquela inscrição tão tua, que se distingue
    neste perfume do verso, nesta tua luminosidade
    expressiva, querida poetisa :

    "E se me quiser afogar de claridade,
    preciso de me tornar íntima aragem
    e ser do prado o teu olhar."

    Te acompanho exclusivamente nas partilhas dos blogs,
    mas, faço ideia do valor para ti, vivido esta partilha
    com teus amigos poetas da mesma terrinha natal e é natural
    com o valor da tua poética é para ser aplaudida em pé.
    Merecedora deste momento de reconhecimento da tua bela arte
    poética, amiga.

    Parabéns, minha querida.
    Beijinhos.

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  4. A amizade que sempre nos acompanhou fica bem patente nas tuas palavras, querida Suzete. Reconfortantes. Partilhamos, alegria, estima e apreço. Que esta luz poética continue a brilhar para nós.
    Um abraço bem apertado minha amiga.

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  5. Esse prazer do amigo Manuel... também não me foi possível ter... mas gostaria de saber, se qualquer dia posso ter o prazer de poder destacar este magnífico trabalho, lá no meu canto... com o respectivo link para aqui, Teresa...
    Belíssimo e intenso trabalho... emanando vida e paixão pela mesma!
    Beijinho! Feliz domingo!
    Ana

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  6. Será , para mim, muito gratificante, querida Ana Freire. Aprecio imenso a qualidade do seu blogue. Passo lá por puro prazer literário e estético.

    Um abraço bem "arrochado" (como se diz em mirandês).

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  7. Teresa,
    Só posso invejar este amigo comum, o Manuel. No lugar certo, na hora certa.
    Privilégio ouvir o poema declamado e aclamado. E ser testemunha do reconhecimento do seu talento, talento de quem sabe lidar com as palavras de maneira mais severa, impondo significados aos sentidos e aos sentimentos.
    Este poema é para ser degustado como se come algodão doce...
    Um beijo,

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