terça-feira, 1 de maio de 2018

Ró ... Ró ...



 Deixo a porta escancarada. E as rosas abertas.
Traço letras na pressa e no arrepio da ternura.
Aguardo a tua chegada.

Tens apenas dias de vida e eu asas nos pés.
Bailo sempre que a melodia me entra na pele
E se repercute em sentimento. Espicaçado.
Baile d´alma. Melodia e verso. Recomeço.

És de ouro, meu menino, como tudo o que o amor toca.
E quando da tua boca saírem os primeiros acordes,
eu estarei com o coração no picão onde alto sonhei.
Somos da terra, somos nós. E o cordão que vida te deu
À terra desceu. Maio floriu em nós. António, meu amor.

Bailo. Bailo e canto. Aguardo a tua chegada.
E mesmo que cantar não saiba,
És melodia e verso, meu menino.
Sou berço, abraço de avó.
Ró … ró…

...

Deixo la puorta scancarada. I las rosas abiertas. Scribo na priessa i ne l arrepelo de la ternura. Spero la tue benida. Tenes solo dies de bida i you alas ne ls pies. Beilo siempre que la moda m’entra na piel i se fai sentimiento. Baile d´alma. Moda i berso. Reampeço. Sós d'ouro, miu nino, cumo todo l que l amor topa. I quando de la tue boca salíren ls purmeiros sonidos, you starei cul coraçon na peinha adonde alto sonhei. Somos de la tierra, somos nós. I la bide que bida te dou a la tierra abaixou. Maio floriu an nós. António, miu amor. Beilo. Beilo i canto. Spero la tue benida. I mesmo que cantar nun saba, sós moda i berso, miu nino. Sou brício, abraço d'abó. Ró… ró…

Carlos enviou a mensagem: Hoj



Teresa Almeida Subtil

12 comentários:

  1. Belas figuras, Teresa!
    O teu poema é uma flor
    Aberta em um esplendor
    Que ofusca a vista! A clareza

    Dessa tua luz acesa
    É um sonho acalentador.
    Mais do que luz, é amor
    E é a poesia à mesa

    Como se fosse alimento!
    E o é: à alma! Eu me sento
    À mesa e te ergo a taça!

    Teresa, eu não estou sozinho.
    Brindo contigo e o bom vinho!
    Parabéns! Tua arte é graça!

    Grande abraço. Laerte.

    ResponderEliminar
  2. Querida Teresa

    Comovo-me sempre que oiço Zeca Afonso. E não podia ter escolhido melhor para ilustrar esses versos que também me tocaram o coração.

    Tenho a certeza que esse Menino António, menino de ouro, melodia e verso, quando soltar os primeiros acordes e pela vida fora se sentirá aconchegado e mimado nesse "abraço de avó". Este mês de Maio é um mês abençoado.

    Muito talento vejo aqui!!! Parabéns, Teresa.

    Beijinhos

    Olinda

    ResponderEliminar
  3. Parabéns pelo excelente poema que fizeste para o teu neto António. Gostei imenso, do princípio ao fim.
    Bom fim de semana, amiga Teresa.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  4. Cântico e hino - à terra, às raízes,
    às fecundas florações do mês de Maio!

    ternura e "baile d´alma"
    rito de passagem em que nomeias teu fruto - António, menino d´oiro!

    e espalhas bênçãos em sua vida.

    belíssimo, Teresa Almeida

    beijo, minha amiga

    ResponderEliminar
  5. Gente e terra , terra e maio se abraçam num cântico como só tu sabes cantar!
    António , menino de Maio, lindo há- de ser como todos os ninhos donde sai a Primavera ! E louvo contigo esta pureza da amor em uníssono com a Natureza!
    Maravilhoso , querida Miga !❤️❤️❤️❤️

    ResponderEliminar
  6. Minha querida Teresa, tu és amor, berço, abraço e poesia em
    cada gesto a cantar a vinda do António e ele ganhou
    a poesia a eternizá-lo... E nós sempre ficamos ao encantamento
    com o teu talento e sensibilidade:
    "Tens apenas dias de vida e eu asas nos pés.
    Bailo sempre que a melodia me entra na pele
    E se repercute em sentimento. Espicaçado.
    Baile d´alma. Melodia e verso. Recomeço."
    Lindo, lindo!!
    Viva o António e este teu imenso sentir de avó,
    alegria aos teus olhos e coração...
    Beijinhos.

    ResponderEliminar
  7. Tão belo e comovente este poema ao seu neto António! A canção de embalar do Zeca ficou aqui muito bem.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  8. Passei para ver as novidades.
    Mas gostei de reler o teu excelente poema.
    Bom fim de semana, amiga Teresa.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  9. Custei entender que mãe não é
    só a mulher que nos põe no mundo,
    mas também a que nos ensina a com-
    preendê-lo. Pena que a gente, depois
    de achar que aprendeu tudo, vooa
    para longe do ninho e esquece de
    quem nos deu, de graça, o brevê
    de piloto. Mãe deve ser isso, ou
    seria aquela que chora quando os
    olhos da gente umedecem e sofre
    quando a dor pensa doer na gente e
    sorri com as bobagens que a gente
    faz? Pois seja ela quem você achar
    que ela é, mas, por favor, não se
    esqueça de agradecê-la por tudo que
    ela fez por você, e de pedir perdão
    pelo que você deixou de fazer por
    vocês.

    Feliz 8 de maio. Feliz dia das
    mães.

    silvioafonso


    .

    ResponderEliminar
  10. Alguém apelidou José Afonso, já lá vão uns tempos, de Cavaleiro da Utopia. Nada mais certo. E a Teresa encarnou, muito bem, o papel de tal cavaleiro, generoso e subtil, sempre pronto a encetar todos os voos necessários que o mundo fosse um lugar melhor.

    Muito bem, minha amiga!

    Um beijinho :)

    ResponderEliminar
  11. Um poema lindíssimo, dedicado ao seu neto, muito bem harmonizado, com esta canção de Zeca Afonso... que nos continua a embalar o espírito... e tão bem se enquadra neste espírito de Primavera... e de recomeços...
    Mais um post verdadeiramente inspirador e encantador!
    Beijinho
    Ana

    ResponderEliminar
  12. Querida amiga Teresa,
    Quanta ternura emana deste poema a nos deixar sem palavras porque o poema já nos diz tudo. Já traduz a bênção que receber este pimpolho em Maio, e canção do Zeca, e o amor derramado...
    Um beijo , Teresa!

    ResponderEliminar