sexta-feira, 11 de maio de 2018

Palavras Selvagens






Somos cor e pele, fragas expostas
Aos raios de sol e de lua.
E pelas geadas reluzimos mocidade.
Ainda que rugosas.

Tocamos caminhos desafiantes
E o sentido não tem perigo
Se tivermos asas no pensamento
E do vento a cumplicidade.

Sorve-se o instante, joga-se o olhar
E as contas são de vida e fantasia.
E de neve os passadiços.
Escorregadios anos.

As palavras partem selvagens
A planar esculturas, sentinelas do tempo.
Aragem do verso que se prende
E ousadia de ave que o rio bebe.

Teresa Almeida subtil

12 comentários:

  1. Belas palavras que respiram por guelras
    Bj

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  2. Aplausos pra você, amiga!!!
    E vamos caminhando nessa, pois a vida, em si, já é uma contradição.

    Tocamos caminhos desafiantes
    E o sentido não tem perigo
    Se tivermos asas no pensamento
    E do vento a cumplicidade.

    Beijos, um bom fim de semana!

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  3. Teresa, minha amiga

    fixo-me nestes versos "as palavras partem selvagens/
    a planar esculturas/sentinelas do tempo" e deixo-me envolver pela "aragem de verso" e por essa paleta de sabores, cores e sons, em que se desdobra teu belíssimo poema.

    uma verdadeira celebração de uma cumplicidade de afectos, fundada nessa "ousadia de ave" que o rio da(s) memória(s) mantém como matriz, atenta porém os enganosos "passadiços" da neve e os "escorregadios" passos da vida.

    assim se forja o carácter e se imprimem os sinais precursores da Poesia

    gostei muito. muito mesmo!

    Beijo, Poeta

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  4. Vim atrás do teu perfume
    Do verso e sinto a fragrância
    Da palavra, na distância
    Da selva como que estrume

    Que alimenta o costume
    De ouvir a palavra em ânsia,
    Como no tempo de infância,
    De qual sentido ela assume.

    Palavra lançada ao vento
    Que voa e toma o assento
    Em ouvidos e sentidos.

    E cada um interpreta,
    Não a palavra concreta,
    Mas o que soa aos ouvidos.

    Belíssimo o teu poema, Teresa! Parabéns! Grande abraço. Laerte.

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  5. Aves com asas de vento e de lonjura. Palavras livres e selvagens. Um poema maravilhoso, Teresa!
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  6. O assumir duma certa forma de viver, longe de todos, talvez a maneira mais certa de preservar as palavras selvagens.
    Muito teria para dizer - eu, beirão dos sete costados, mas também cidadão do mundo - acerca deste tema, Teresa. Fica para outra altura. Por ora basta-me o saborear das palavras.

    Um beijinho :)

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  7. Bonitas palavras.Um poema que me fez pensar por alguns segundos. Gostei muito de passar por aqui pra conhecer.
    Deixo um abraço e desejo de uma boa semana.

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  8. A cada geada vamos ficando mais velhos. Mas sem geadas também...
    Excelente poema, parabéns, gostei imenso do teu poema.
    Continuação de boa semana, amiga Teresa.
    Beijo.

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  9. Olá, Teresa

    Esses escorregadios anos! Há lá melhor forma de representar o tempo que passa? Mas há rebeldia no ar e elas, as palavras, esvoaçam em versos ousados prontos a contagiar o mundo.

    Beijo

    Olinda

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  10. Que as palavras sejam sempre selvagens, em impulso
    libertário, fonte e sede de sentires e poesia.

    Belíssimo poema com a tua assinatura, querida Teresa.
    Beijinhos.

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  11. Maravilhoso este planar... na aragem fresca das suas inspiradas palavras, Teresa!...
    Uma sensação de espaço e liberdade, emana deste belo poema... e também de continuidade... adorei!!!
    Beijinho
    Ana

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  12. Saboreando as palavras que o poeta as rotula de selvagens, mas ganham uma feição de suspensão de juízo, de força vital, um forte querer, que leva o poeta "a planar esculturas..." em que o limite é ilimitado.
    Um beijo, Teresa!

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