O grito
E do lixo saiu o grito
E do grito saiu a vida
E a vida é tão bela
Que o lixo serve de estufa
A uma nova estrela
Expurgado o dia entre o terror
E a alegria
O mundo amedrontado
Prossegue a lenta agonia
Sabendo que a cada momento
Há ceifas de humanidade
E o caixote poderá ser
O mar, o camião, a vala,
O forno crematório, a podridão.
E o grito sairá de qualquer lugar
Para esmagar a falsidade, o ilusório
A maldade e os jogos de poder
E do lixo saiu o grito
E do grito saiu a vida
E a vida é tão bela
Que o lixo serve de estufa
A uma nova estrela
Teresa Almeida Subtil
E que o grito ecoe no coração de todos os que amam a vida. E que nunca mais se repita o gesto de desamor tão inquietante, como esse de pôr no lixo um recém-nascido…
ResponderEliminarQue bom ouvir esta canção de novo. Faz outra vez tanto sentido…
Uma boa semana.
Um beijo.
que a vida se erga! sobre todos os gritos ...
ResponderEliminare todos os lixos!
beijo, Teresa~
enorme a tua sensibilidade
Ah... pôr a vida no lixo...
ResponderEliminarMeu Deus, nem um animal
Selvagem e irracional
É mais bicho que esse bicho
Cujo coração é um nicho
Do superlativo mal
De veneno mais letal
Que a cicuta em esguicho.
Porém, te digo, Tereza
Há sempre uma luz acesa
Em tudo que alumia
À esperança futura
Na alma da criatura
Que se chama poesia!
Grande abraço! Laerte.
Deus! Como era bom que de todos os lixos se elevassem todos os gritos!
ResponderEliminarAs pessoas e governos vivem tão assépticas, que nem vêm os lixos...
Um canto de intervenção gracioso e muito pertinente.
Dias agradáveis e bons, querida Amiga.
Beijinhos
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Quem diria que um grito saído do lixo dava um poema tão bonito e perfeito
ResponderEliminarCumprimentos
Querida Teresa
ResponderEliminarMomento belo em que a Poesia cumpre uma das funções, neste caso, de chamada de atenção em relação ao que se passa na sociedade dos nossos dias, mas com raízes em práticas que já vêm do fundo dos tempos, e atravessam o nosso tempo, infelizmente, fazendo estragos. Pensamos que o amor de Mãe acontece, automaticamente, quando a criança é gerada. Muitas têm sido as evidências de que nem sempre é assim. Para o nosso mal.
Minha Amiga, poema para ler e reler e deixarmo-nos impregnar pelo perfume das suas palavras, e por esta música inspiradora, "We are the World/We are the children", caras e vozes conhecidíssimas. Algumas já nos deixaram mas perdura a sua mensagem de amor para com as crianças, cujos direitos, proclamados há 30 anos, ainda primam pela ausência, em muitos casos.
Beijinhos
Olinda
Um poema soberbo, que versa um tema que inquietou o país.
ResponderEliminarE dava uma bela canção, ao jeito do Zé Mário Branco, do Fausto...
Querida amiga Teresa, um bom resto de semana.
Beijo.
Olá, Teresa!
ResponderEliminarA poeta abre e fecha o seu canto, “O grito” com esta belíssima estrofe:
“E do lixo saiu o grito
E do grito saiu a vida
E a vida é tão bela
Que o lixo serve de estufa
A uma nova estrela”
Bravo, minha amiga Teresa!
Beijo.
Tantos gritos existirão, infelizmente... que nunca chegarão a ser ouvidos...
ResponderEliminarMas este... foi absolutamente marcante... terá acordado consciências... e inspirou este grito poético... e profundo!
Faço minhas as palavras do Jaime!... E como gostei de recordar este tema musical... que me fez recuar no tempo... e achar que iniciativas como esta, continuam a ser tão necessárias, para pelo menos atenuar alguns problemas, por esse mundo fora...
Um beijinho! Sabe bem, estar de volta a este cantinho que tanto me inspira... e sempre me oferece tanto, sobre o que reflectir...
Ana