terça-feira, 14 de julho de 2020

Solstício de verão


Quando os passos retrocedem
E acreditar já não é o pino do verão
Ainda as cerejas têm o gosto raro e breve
E os galhos tombam
Dolentes e saudosos
Como os lábios que as mordiam
E os afetos que cresciam
Na frescura das águas
Espelhos de romances profundos
Corações de pradaria
Melodias de abraço e impulso
Que, todavia, se despem
Incendiadas na caruma do desejo
Pássaros breves que a natureza exulta
Retrato ou viagem da palavra
Em seu seio.

Teresa Almeida Subtil
21.06.2020



15 comentários:

  1. Um poema fascinante! Adorei :))
    🌹
    Beijo e uma excelente noite!

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  2. Às vezes é preciso retroceder para sentir e perceber as coisas da vida!

    Beijinho e continuação de uma boa semana com muita saúde!

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  3. Absolutamente fantástico e maravilhoso este teu poema a falar sobre o verão,gostei imenso!! Continuação de boa semana para ti,muitos beijinhos!!

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    1. Grata, Teresinha.

      Não consigo entrar no teu blogue.

      Boa semana.

      Beijinhos.

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  4. morde a vida, minha amiga
    que o breve tempo das cerejas, não tem regresso
    e mordiscar uma boa barra de chocolate
    poderá não ter o mesmo encanto,
    mas produz o mesmo afago de alma

    belíssimo, Teresa Almeida

    Beijo, Poeta

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  5. As cerejas. A frescura das águas. A Natureza cheia de júbilo. Tudo isto e muito mais é o verão de que fala este teu poema de pássaros breves...
    Um grande beijo.

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  6. O incomparável vermelho das cerejas rompendo o verde da ramagem, não pode deixar indiferente o coração dos poetas! E mesmo quando os galhos dolentes se curvam, numa vénia assombrosa, há um ar festivo da suavidade das suas formas!
    Muito belo este teu poema Teresa...!!

    Um beijo!

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  7. Belíssimo poema, minha amiga Teresa, este, onde todos os abraços são possíveis, mesmo retrocedendo os passos. A Natureza aos olhos da Poeta, como se fosse fonte fresca a matar-nos a sede. Muita.
    Um beijo amigo.

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  8. É o dia mais longo e nele todos os passos são dados e todas a experiências são possíveis, na natureza, nos afectos, nas emoções.

    Poema doce e fresco como cerejas que dão sabor à vida.

    Adoro a sua escrita, minha amiga Teresa. Acrescenta-nos sempre algo de muito positivo, ligando-nos à terra.

    Beijinhos

    Olinda

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  9. Olá, Teresa.

    Este seu poema (“Solstício de verão”), deve ter sido escrito com o coração e a alma no verão de sol a pino, quando sentias na boca o adocicado sabor das cerejas. Belíssimo poema, minha cara poeta. Parabéns.

    Meus votos de um bom final de semana, com saúde e paz, Teresa. Beijo. Pedro

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  10. E viajar pelas tuas palavras poéticas é o pino do encanto...
    Excelente poema, gostei muito.
    Bom fim de semana, querida amiga Teresa.
    Beijo.

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  11. Quando acreditar já não é o pino do Verão, ficam as referências às pequenas coisas que continuam a fazer a diferença, acariciadas num crer mais maduro...

    Um beijinho, Teresa :)

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  12. E se não tivesse o verão e as cerejas, melhor seria tudo se acabar. Mas não estou a falar como você de qualquer verão, mas deste com gosto de cereja, com gosto de fruta madura, que enche os corações saudosos.
    Esta simplicidade nos encanta e pedimos mais cerejas!
    Um beijo, minha amiga Teresa!

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  13. Uma verdadeira celebração do Verão, ultra bem conseguida, neste belo poema, tão pleno de aromas, sabores, e emoções...
    Um delicioso retrato poético, para ficar apreciando e reapreciando!...
    Beijinhos
    Ana

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