Abaixaran-te las augas, l bigor
ua cuorda triste i sbranquenhada
apérta-te agora ls cunhos
i tu scuorres debagarico
nun Outonho que nun çcola de l berano
Anda triste l riu
Yá nun oubo l tou sereno cantar
que m´arrolha la lhembráncia
Mesmo al loinge
ne l assomadeiro de la cruç
beio un abismo de belheza que ye nuosso
que mos assigura an faias de sprança
Inda onte a la nuite, mesmo de lhoinge
te fui a bejitar
i nun siléncio que m’sdmirou
reparei qu'an remansos te deitabas
i, cula lhuna abraçada a ti,
relhuzies
Anda triste l riu
Lhágrimas arramadas an rumiacos de tristeza
muolen-mos la suidade
dun riu datrás altaneiro i atrebido
que cantaba i galgaba peinhas
nun sabido cantar d'amigo
Falta-te l'abundáncia que mana de l cielo
tarda l’auga que te lhieba l'amargura
i las cuordas de la tortura
Para adonde lhebórun la tua fuorça i alegrie
Qu'an abraços se fazie?
Anda triste l riu
Anda triste l riu
Nunca scabaran l tou suolo
porque an Lhagonaça i an Miranda
sós tu que scabas fondo
i ancho te fazes baliente
Por mais que de tristeza quergas screbir
hás-d' ir al renhon de l Ambierno
a saber de la fuorça i la zamboltura
i un cheiro de flor de laranjeira
chubirá las arribas
an Lhagonaça, miu bentre materno
I ls uolhos miraran
l berde azeituna de las oulibeiras
i la suabidade relhamposa de las lharanjeiras
De l fondo de tue cama cuntinará a rumper
la fuorça i l'oudácia dun riu D´ouro
para siempre an ti
lhuç i seiba de bida poder nacer
Teresa Almeida, 05-10-2011
O MEU RIO
Deslizas agora fundo, angustiado
entre penhascos de rebordos esbranquiçados
marcas de ausência de chuvas
que te trazem esganado
num Outono que não descola do estio
Anda triste o rio
Já não ouço o teu meigo cantar
que me embala a lembrança
Mesmo à distância
no miradouro da cruz
vejo um abismo de beleza que é nosso
e nos segura em penhascos de esperança
Lágrimas vertidas em limos de tristeza
moem-nos a saudade
de um rio outrora altaneiro e atrevido
que cantava e galgava escarpas
num sábio cantar de amigo
Para onde levaram a tua força e alegria
que em abraços se fazia?
Anda triste o rio
Jamais cavarão o teu chão
porque em Lagoaça e em Miranda
és tu que cavas fundo, amigo
e largo te fazes imponente
Por mais que de tristeza queiras escrever
ainda te sonho valente
Irás ao rigor do Inverno
buscar força e subtileza
e a tua fragância de flor de laranjeira
subirá as arribas
em Lagoaça, meu ventre materno
E os olhos se espraiarão
entre o verde azeitona das oliveiras
e a suavidade luminosa das laranjeiras
Tenho vontade de correr à assomada
quando em maroma te fizeres
Do fundo do teu leito
continuará a romper
a força e a audácia de um rio D´ouro
e, para sempre em ti
luz e seiva de vida irá nascer
O MEU RIO
Deslizas agora fundo, angustiado
entre penhascos de rebordos esbranquiçados
marcas de ausência de chuvas
que te trazem esganado
num Outono que não descola do estio
Anda triste o rio
Já não ouço o teu meigo cantar
que me embala a lembrança
Mesmo à distância
no miradouro da cruz
vejo um abismo de beleza que é nosso
e nos segura em penhascos de esperança
Lágrimas vertidas em limos de tristeza
moem-nos a saudade
de um rio outrora altaneiro e atrevido
que cantava e galgava escarpas
num sábio cantar de amigo
Para onde levaram a tua força e alegria
que em abraços se fazia?
Anda triste o rio
Jamais cavarão o teu chão
porque em Lagoaça e em Miranda
és tu que cavas fundo, amigo
e largo te fazes imponente
Por mais que de tristeza queiras escrever
ainda te sonho valente
Irás ao rigor do Inverno
buscar força e subtileza
e a tua fragância de flor de laranjeira
subirá as arribas
em Lagoaça, meu ventre materno
E os olhos se espraiarão
entre o verde azeitona das oliveiras
e a suavidade luminosa das laranjeiras
Tenho vontade de correr à assomada
quando em maroma te fizeres
Do fundo do teu leito
continuará a romper
a força e a audácia de um rio D´ouro
e, para sempre em ti
luz e seiva de vida irá nascer
Acho que estou a ficar craque em Mirandês.
ResponderEliminarO "Riu" anda triste. Secam-se as lágrimas que este Outono, com cheiro a estio, teima em queimar.
Quero o nosso "Riu", ao chegar ao meu mar, na Foz que foi terra do meu pai, com cheiro a flores de laranjeira e com sorrisos de serranias com a luz do sol nascente.
Muito bonito Teresa.
Beijinhos
L nuosso riu
ResponderEliminarque tan debrebe a bózios
mos lhieba nas sues augas
atelundradas pu las cachoneiras,
cumo mos arrolha na sue secura de boca, afundado na cama,
nostálgico riu,
solitário,
ancapaç de mos mirar ne ls uolhos
de tan seco star l sou mirar.
Siempre nuosso,
siempre guapo l nuosso riu,
an Miranda ó Lhagonaça,
ó na cama
a querer-se drumir no mar.
Bs,
Delaide
Apreendo a musicalidade e o essencial da temática.
ResponderEliminarParabéns, amiga Teresa, por vários motivos!!!
Bjuzzz :)
Puseste nas palavras o sentimento de quem sente o Douro como seu. E sentiste em mirandês. Bonito!
ResponderEliminarBem hajas Ricardo
Beijinhos
Yá mos tenes aquestumados a las tues guapas palabras,Delaide.
ResponderEliminarGusto que fales assi de l nuosso riu.
Bien haias.
Beisicos
Obrigada por todos os motivos amiga Odete.
ResponderEliminarAdorei que tivesses apreendido a musicalidade...
Bjuzz :)