Registar as minhas emoções é prolongar o que me dá prazer ou
arrancar de mim todas as agruras. É como ir ao psiquiatra e deixar a conversa
fluir sem freios.
Hoje foi um dos dias de registo, hoje fui dar-te um abraço,
daqueles teus - arrochados -, abraço de amigo que se quer sempre perto. Não
podia deixar de ir. Fui até Sendim, a tua terra, e encontrei-te metido numa
capa que nunca te tinha visto. Parecia que deveria vir dos afetos que se
aconchegam nas palavras. Encontrei-te rodeado de amigos porque tens um coração
do tamanho do mundo, onde cabe sempre mais um. Eu sou um daqueles que tem o
privilégio de conhecer e sentir essa capa de amizade. Bem hajas!
Encontrámo-nos no lugar dos sons da terra, um espaço que te é muito querido. Ao passar pelos bancos, às portas das casas, lembro-me que sempre lá viste os amigos que já partiram como eu na minha rua ( até os vejo ao postigo!). Parece que ficámos contagiados e mais amigos entre nós, só por estarmos irmanados contigo, com as letras, com o calor da sabedoria e dos afetos.
Desta vez eram "Ditos Dezideiros" que recolheste para engrandeceres as duas línguas de Portugal. Ninguém pense que este país terá o mesmo vigor e conteúdo cultural se não lutar pelas duas, se não se mostrar ao mundo na autenticidade da sua história.
Encontrámo-nos no lugar dos sons da terra, um espaço que te é muito querido. Ao passar pelos bancos, às portas das casas, lembro-me que sempre lá viste os amigos que já partiram como eu na minha rua ( até os vejo ao postigo!). Parece que ficámos contagiados e mais amigos entre nós, só por estarmos irmanados contigo, com as letras, com o calor da sabedoria e dos afetos.
Desta vez eram "Ditos Dezideiros" que recolheste para engrandeceres as duas línguas de Portugal. Ninguém pense que este país terá o mesmo vigor e conteúdo cultural se não lutar pelas duas, se não se mostrar ao mundo na autenticidade da sua história.
Sabemos que o trabalho e a curiosidade sempre deu vida e luz
ao teu olhar, Amadeu Ferreira!
"Não pares de escrever", dizes-me sempre que nos falamos. Fico um pouco embaraçada, mas aguças-me esta vontade, este prazer que me move.
"Não pares de escrever", dizes-me sempre que nos falamos. Fico um pouco embaraçada, mas aguças-me esta vontade, este prazer que me move.
"Isto é algo sério", teimas em repetir. Na verdade
quando leio um livro teu, é isso mesmo que sinto, é o valor daquilo que
realmente importa, um legado dum amigo, dum escritor contemporâneo da nossa
terra. É uma experiência tão forte que falta força às palavras.
"Teresa, queres pertencer ao grupo? - perguntaste-me um
dia, só por te aperceberes do meu apreço pela língua mirandesa - o teu graal!
Entrar para os Blogueiros Mirandeses é um prémio que guardo com carinho, no lugar dos meus tesouros. Encanta-me calcorrear caminhos, conhecer a história dos lugares, falar e ouvir a língua da origem de Portugal, a língua do planalto, a língua de "La BOUBA DE LA TENERIE", a língua de "NORTEANDO".
Entrar para os Blogueiros Mirandeses é um prémio que guardo com carinho, no lugar dos meus tesouros. Encanta-me calcorrear caminhos, conhecer a história dos lugares, falar e ouvir a língua da origem de Portugal, a língua do planalto, a língua de "La BOUBA DE LA TENERIE", a língua de "NORTEANDO".
Ainda hoje te fui ver e guardo o teu sorriso, a força do teu
olhar e as palavras que sabes que me fazem bem. Tens tanto para dar e até
parece que dares-te aos outros é o alimento da tua alma.
Ainda hoje me disseste "tens escrito, Teresa?" Não
pares! Os teus upas sempre me aqueceram as palavras.
À saída, Alfredo Cameirão, outro sabido da língua mirandesa
despediu-se assim: escreve, Teresa!
Bem, sendo assim: aqui vai!
ABRAÇO ARROCHADO
Registrar las mies eimoçones ye prolongar l que me dá prazer
ó arrincar de mi todas las agruras. Ye cumo ir al psiquiatra i deixar la
cumbersa scorrer sin trabones.
Hoije fui un de ls dies de registro. Hoije fui-te a dar un
abraço, daqueilhes tous - arrochados -, abraço d'amigo que se quier siempre
acerquita. Nun podie deixar d'ir. Fui até Sendin, la tue tierra, i ancontrei-te
metido nua capa que nunca te tenie bisto. Parecie que deberie benir de ls
afetos que s´ arróchan an las tues palabras. Ancontrei-te arrodeado d'amigos
porque tenes un coraçon de l tamanho de l mundo, adonde cabe siempre mais un.
You sou un daqueilhes que ten l prebileijo de coincer i sentir essa capa
d'amisade. Bien haias!
Ancuntrámos-mos ne l lhugar de ls sonidos de la tierra, un
spácio que te gusta muito. Al passar puls bancos, a las puortas de las casas,
lhembro-me que siempre alhá biste ls amigos que yá partírun cumo you an la mie
rue ( até ls beio al postigo!). Parece que, nesta tarde, ficámos cuntagiados i
mais amigos antre nós, solo por starmos armanados cuntigo, culas lhetras, cula
calor de la sabedorie i de ls afetos.
Desta beç éran "Ditos Dezideiros" que recolhiste
para angrandecires las dues lhénguas de Pertual. Naide pense qu'este paíç terá
l mesmo bigor i cuntenido cultural se nun lhuitar pulas dues, se nun s´
amostrar al mundo na berdade de la sue stória.
Sabemos que l trabalho i la curjidade siempre dou bida i lhuç
al tou mirar, Amadeu Ferreira!
"Nun pares de screbir", dizes-me siempre que mos
falamos. Fico un pouco ambaraçada, mas aguças-me esta buntade, este prazer que
me mexe.
"Esto ye algo sério", teimas an repetir. Na
berdade quando lheio un lhibro tou, ye esso mesmo que sinto; ye l balor
daqueilho que rialmente amporta, un lhegado dun amigo, dun scritor
cuntemporáneo de la nuossa tierra. Ye ua spriéncia tan fuorte que falta fuorça
a las palabras.
"Teresa, quieres pertencer a la quadrilha? -
pregunteste-me un die, solo por sentires l miu aprécio pula lhéngua mirandesa -
l tou "graal"!
Antrar pa ls Blogueiros Mirandeses ye un prémio que guardo
cun carino, ne l lhugar de ls mius tesouros. Ancanta-me calcorrear caminos,
coincer la stória de ls lhugares, falar i oubir la lhéngua de l'ourige de
Pertual, la lhéngua de l praino, la lhéngua de "La BOUBA DE LA
TENERIE", la lhéngua de "NORTEANDO".
Inda hoije te fui a ber i guardo la tue sonrisa, la fuorça
de l tou mirar i las palabras que sabes que me fázen bien. Tenes tanto para dar
i até parece que dares-te als outros ye l'alimiento de la tue alma.
Inda hoije me deziste: tenes scrito, Tresa? Nun pares! Ls
tous upas siempre me calecírun las palabras.
A la salida, Alfredo Cameiron, outro sabido de la lhéngua
mirandesa, çpediu-se assi: scribe, Tresa!
Bien, sendo assi: ende bai!
Um Post/Artigo muito conseguido.
ResponderEliminarEscreve sempre, Teresa! Lembra-te das raízes que te prendem á Terra de Miranda.
Beijos
SOL
Que lindo post, e que belo abraço, Teresa!
ResponderEliminarComovente até ler o que escreves sobre o teu amigo Amadeu Ferreira, e o amor que vos une em relação à Língua Mirandesa, (da qual eu nada conheço, embora tivesse lido tudo agora, tentando captá-la), e o desejo de querer mantê-la viva.
Para além disso, esse ímpeto da amizade e admiração mútua, que o faz dizer: "Não pares de escrever". E tem toda a razão, nunca pares de escrever, em Português e em Mirandês.
Bonito, tudo isto.
xx
Excelente a memória viva
ResponderEliminarBj
Que bom abraço! Que bom ter amigos assim! Que bom guardar a memória das coisas belas!
ResponderEliminarUm beijo.
Nunca tinha ouvido o "abraço arrochado". Acho que não faz parte do vocabulário minhoto...
ResponderEliminarA amizade é dos sentimentos mais nobres. Por isso, quando 2 pessoas amigas de alma nobre se encontram, são naturais esses abraços.
Mas, mesmo à distância, também digo: Escreve, não pares de escrever.
Tem uma boa semana, querida amiga Teresa.
Beijo.
Só corações que respiram a pureza do planalto falam com a pureza da alma . E é com um abraço bem arrochado que te dou os meus parabéns pelo teu sucesso poético, Teresa!
ResponderEliminarSimplesmente lindo,pura emoção, a amizade é uma
ResponderEliminarpreciosidade rara. Faço coro com teus amigos:
"não pares de escrever",nunca,viu?
Interessante que aqui no nordeste usamos este
termo,abraço arrochado...
Beijinhos e um abraço arrochado,Teresa!
Não me vou alongar. Já li este texto/artigo mas preferi deixar no teu espaço um breve comentário. Entendo-o e sei o quanto reflete o teu sentir comovido e já saudoso de tão grande vulto. É também um texto da memória, uma viagem por caminhos que são comuns.
ResponderEliminarDeixo-te com a brisa dos afetos, querida Teresa.
Querida Teresa, enternecida fiquei com a preciosidade da tua alma....a amizade é dos sentimentos mais grandiosos...
ResponderEliminarBeijinho afectuoso de gratidão pelo belíssimo texto.
Saber onde pertencemos, saber por onde andamos...
ResponderEliminarArrepiei-me, Teresa. Obrigado pelo momento.
Um beijo :)