quinta-feira, 24 de novembro de 2016



Que trago?

… e o copo estava ali…
para trás as castanhas, a brasa,
o licor a repousar na adega 
a data, a hora, a etiqueta, a amora silvestre  …
até a laranja do pomar se remeteu
ao silêncio do inverno nas arribas.

Como disseste  em verso etílico e breve :
 deixa o açúcar
e percebe como arde um cálice de aguardente!
É verdade. Basta um trago
para silenciar a estridência das castanhas
e saborear as linhas de
um poema secreto.

E o copo é o corpo e a vida a passar
e o sabor vai tão depressa
que o corpo e a alma se deixam
plasmar de plenitude.

A beleza do copo é sentimental,
a antiguidade do balcão e a garrafa do canto
têm igual valor

e há palavras que me vestiste  
que se recusam a envelhecer.

Teresa Subtil


8 comentários:

  1. Minha amiga,

    Mais um poema teu a me deixar no silêncio
    da leitura preciosa, a tua poesia tem
    partículas de eternidade, pois sempre revela
    uma beleza poética que transcende a todos os
    lugares que já foram, as palavras, ditas.
    Mas, este teu estilo poético inspirado no dizer,
    inscreve a eternidade nesta beleza sútil e
    única das tuas palavras...

    Adoro ler-te, querida amiga!!
    Beijinhos.

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  2. assim se assam as castanhas...
    e se temperam de mel...

    (nada de manteiga)

    admirador de tua poesia
    (e do planalto mirandês rss).

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  3. Fantástico, Teresa! As palavras assim nunca vão envelhecer. Toda a emoção lhes confere o direito de serem jovens...
    Uma boa semana.
    Beijos.

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  4. Um voo que passando pelas brasas fica incólume perante a destreza da tua veia poética .
    Grande abraço Teresa !

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  5. Nas brasas
    voam as suas palavras minha amiga
    Sempre um prazer visitar o seu espaço
    Bj

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  6. Depois das castanhas, sabe bem uma boa aguardente. Ou jeropiga...
    Excelente poema, como sempre. Gostei imenso.
    Bom fim de semana, querida amiga Teresa.
    Beijo.

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  7. Uau, a isso chama-se cumplicidade!
    Belo, Teresa!

    Abraço :)

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