Está frio.
Acendes a lareira e as brasas
Emanam tal
magia que o Inverno
É apenas
melodia. Sente-se-lhe o rugido.
E neste
rigor sobe o calor nos teus braços.
O fogo
pertence-nos.
A lareira é
o centro. E a mulher
Dá o toque e
a graça. É a que se rasga
E traz a
vida em si. É ventre. É casa.
A que se
move porque a música existe.
Rio de luz
que a percorre e sente. É plena.
É pétala e
saia de linho. E arca de afetos.
É o xaile
negro. A escarpa. E a neve que se derrete
E perde os
limites. E em impossíveis acredita.
A que agarra
a felicidade
No instante
em que o passo resvala.
A que te
rouba o coração e o deixa livre.
É a lareira
acesa e o instante que nos cega.
L fuogo
pertence-mos (mirandés)
Fai friu.
Acendes l lhume i las brasas
Reçúman tal
magie que l Ambierno
Ye solo
melodie. Sinte-se-le l rugido.
I nesta
friaige chube la calor ne ls tous braços.
L fuogo
pertence-mos.
L lhume ye l
centro. I la mulhier
Dá l toque i
la grácia. Ye la que se resga
I trai la
bida an si. Ye bientre. Ye casa.
La que se
mexe porque la música eisiste.
Riu de lhuç
que la percuorre i sinte.
Ye pétala i
saia de lhino. I arca de carinos.
Ye l xal
negro. La scarpa. I la niebe que se çfai.
I perde ls
lhemites. I an ampossibles acradita.
La q'agarra
la felcidade
Ne l
sfergante an que l passo resbala.
La que te
rouba l coraçon i l deixa lhibre.
Ye l lhume
aceso i l sfergante que mos cega.
Teresa Almeida Subtil
Querida Teresa
ResponderEliminarAs palavras, sublimes, fizeram deste poema o seu lugar, a sua morada. Penso que dificilmente se poderá fazer uma outra composição tão completa em que a função das palavras e sentimentos não é senão a de se cumprirem neste Cântico à Mulher: aqui ela é graça, é ventre, é casa, é arca de afectos. E também ela é "A que te rouba o coração e o deixa livre", a maior expressão de Amor. Não prender a nós, com amarras, a pessoa a quem amamos, não há amor maior.
Muito obrigada por este momento mágico.
Beijinhos
Olinda
Olá, Teresa!
ResponderEliminarO frio tem essa magia, como está no teu belo poema, o frio acalma os namorados frente à lareira na sua música vinda da lenha que queima. O frio une casais, e os prende em laços amorosos. Parabéns.
Um beijo.
Pedro
A vida convida-nos, assim sejamos livres para entender os sinais...
ResponderEliminarTão lindo, Teresa!
Um beijinho :)
a celebração do Lar.
ResponderEliminare do fogo na intimidade da lareira
e a Mulher como guardiã e depositária da "arca dos afectos"
muito belo, Teresa,
beijo, minha amiga
Excelente homenagem
ResponderEliminarna esperança que um dia
será outro dia
Bj
"O fogo pertence-nos". Todo o poema, magnífico, resumido neste verso, Teresa.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
https://poemasdaminhalma.blogspot.pt/
ResponderEliminarOlá Teresa, passei por aqui e encontrei este belo espaço...acompanhado de um belíssimo poema... ao sabor de uma lareira.
Fiquei maravilhada, ele transporta um pouco do nosso Trás-os-Montes.
Adorei, linda homenagem à mulher!
Beijinho.
Luisa Fernandes
A lareira era o centro da casa... e as mulheres eras as donas do centro (e não só, já que a sociedade era, e ainda é, essencialmente matriarcal.
ResponderEliminarParabéns pelo poema, é excelente.
Continuação de boa semana, amiga Teresa.
Beijo.
É com grande gosto que leio aqui um poema simplesmente fascinante. Direi mesmo que poeticamente é maravilhoso
ResponderEliminar.
* Se te amar for pecado ... Então sou um Pecador *
.
Cumprimentos
Que beleza de poema, Teresa! O resto é a magia dessa atmosfera surpreendente!
ResponderEliminarO que fazer sem essa divindade e sem a lareira? Homenagem sem igual às mulheres!
Um beijo,
Muito belo, "o fogo pertence-nos", a Mulher
ResponderEliminarnesta amplitude é o centro, a energia motriz
e essencial nesta "arca de afetos" e na
delicadeza e ação como "pétala e saia de linho".
Sempre belíssimo o teu universo interior (tua alma)
espelhada na tua arte poética, querida Teresa.
Beijinhos.